A Confissão Rochelle - IX - Pureza original e miserabilidade do homem

II. O HOMEM E SEU PECADO

9. Pureza original e miserabilidade do homem

Nós cremos que o homem foi criado puro, sem a menor mancha e conforme a imagem de Deus; por sua própria culpa caiu da graça que havia recebido. Assim, ele se alienou de Deus, que é a fonte de toda a justiça e de todo o bem, a tal ponto que sua natureza, desde então, foi inteiramente corrompida.

Impossibilidade de uma religião natural

Nós cremos que o homem, estando cego em seu espírito e depravado em seu coração, perdeu totalmente sua integridade, sem restar nenhum vestígio. Ainda que ele tenha algum discernimento do bem e do mal, entretanto, a luz que nele subsiste se tornou em trevas no que diz respeito à sua procura por Deus, de sorte que ninguém pode se aproximar de Deus por sua razão ou inteligência.

A necessidade da graça

Todo o homem tem vontade, pela qual ele é incitado a fazer isso ou aquilo; nós cremos, entretanto, que ela é totalmente prisioneira do pecado, de maneira que não há liberdade para fazer o bem, exceto aquela que Deus lhe dá.

Gn 1.26; Ec 7.29; Ef 4.24; Gn 3.17; Rm 5.12; Ef 2.2,3; Gn 6.5; 8.21; Rm 1.20,21; 2.1-20; Rm 1.21; 1 Co 2.14; Rm 6.16,17; 8.6,7; Jr 10.23; Jo 1.12; 3.6; 8.36; 15.5; Rm 7.18; 1 Co 4.7; 2 Co 3.5; Fl 2.13.

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Comentário: A queda foi a maior tragédia da humanidade. Naquele dia o homem caiu de um estado de perfeição e pureza, como fora feito a imagem e semelhança de Deus, para um estado de degradação, perversão e miséria completa. Ele saiu do lado de Deus, da sua comunhão, do lugar de bênção, e postou-se ao lado do inimigo de Deus, tornando-se assim também em inimigo de Deus –Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho” - Romanos 5.10. Todos quantos os Senhor não reina sobre eles, ou melhor dizendo, todos quantos não se submetem ao Rei Jesus são considerados inimigos –E, quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim” - Lucas 19.27. De fato todos os filhos de Adão são inimigos de Deus e só saem dessa condição quando se convertem a Deus e são trazidos a sua presença, então são reconciliados e retornam a sua comunhão. Éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus” - Romanos 5.10. O estrago que o pecado causou não podemos avaliar do ponto de vista deste mundo caído, mas desde o prisma dos céus. Foi um estrago eterno e para uma grande parte da humanidade irreversível. De modo que compreendemos que um homem caído jamais retornaria a presença de Deus, jamais buscaria a Deus, jamais desejaria a Deus se Deus mesmo não operasse uma profunda mudança em seu ser, tornando-o uma nova criatura. O homem caído é escravo da própria vontade, das suas paixões, inclinado a todo o mal. Assim jamais desejaria retornar a comunhão de Deus. Ele até sabe que algo muito grave está errado com ele, mas não tem entendimento do que seja de fato, não tem forças, não tem vontade de achegar-se a Deus. O homem caído é uma criatura miserável, sem entendimento, sem compreensão, sem percepção espiritual , sem moral, sob opressão de satanás e do pecado, oprimido pelas consequências de seus pecados, vivendo em dúvidas, medo, perturbação, ilusão. É um cego caminhando para o grande abismo da eternidade sem Deus. Todo envolvimento com o mundo espiritual é frustrante pois ele cai no engano de satanás. Ele inventa sua religião própria e perde-se em ilusões. Deus precisa intervir na vida de cada um que ele deseja reconciliar e trazer de volta a sua presença, e ele intervém conforme seus propósitos eternos. 

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