A Confissão de Fé Escocesa - Capítulo 9

9º CAPÍTULO

A Morte, a Paixão e o Sepultamento de Cristo

[Confessamos] que nosso Senhor Jesus Cristo se ofereceu ao Pai em sacrifício voluntário por nós,1 que sofreu a contradição dos pecadores, que foi ferido e açoitado pelas nossas transgressões,2 que, sendo o Cordeiro de Deus puro e inocente3 foi condenado na presença de um juiz terreno,4 a fim de que fôssemos absolvidos perante o tribunal de nosso Deus;5 que sofreu não só a cruel morte de cruz - que foi maldita pela sentença de Deus6 - mas também sofreu por um pouco a ira de seu Pai,7 que os pecadores mereciam. Mas declaramos que ele permanece como o Filho unicamente amado e bendito do Pai, mesmo em meio à angústia e ao tormento que ele sofreu na alma e no corpo, para dar plena satisfação pelos pecados do povo,8 e agora confessamos e declaramos que não resta nenhum outro sacrifício pelo pecado.9 Se há alguns que assim afirmam, não necessitamos em declarar que são blasfemos contra a morte de Cristo e contra a satisfação eterna que por ela nos foi preparada.

1. Hb 10:1-12.
2. Is 53:5; Hb 12:3.
3. Jo 1:29.
4. Mt 27:11,26; Mc 15; Lc 23.
5. Gl 3:13.
6. Dt 21:23.
7. Mt 26:38-39.
8. 2Co 5:21.
9. Hb 9:12; 10:14.

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Comentário: O sacrifício a que o Senhor Jesus Cristo se entregou foi perfeito, suficiente, eficiente e permanente, portanto único, de valor eterno. Numa palavra o próprio Jesus disse: “Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mateus 26.28). O sangue do Novo Testamento ou da Nova Aliança é o sangue de Cristo. Enquanto no Antigo Testamento havia muito sangue, de muitos sacrifícios, repetidos vez após vez, no Novo Testamento só há um sangue: o sangue de Jesus Cristo. Todo o sangue da Nova Aliança é este, portanto, seu valor é eterno, todo suficiente, todo-poderoso. O sacrifício de Cristo interrompeu todos os sacrifícios e estancou definitivamente toda sangria para expiação de pecado realizada pelos séculos das sombras, dos tipos e figuras. Ele é o verdadeiro e real Cordeiro de Deus, e seu sangue é o único puro e imaculado, portanto mais precioso e valioso do que tudo; aceito no céu como propiciação pelos pecados dos eleitos de Deus de todos os tempos, desde Adão até o último a ser chamado antes da volta de Cristo. 

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