29. Do celibato, casamento e administração dos negócios domésticos (II)
As
seitas: Condenamos, portanto, a
poligamia e os que condenam o segundo casamento.
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Como
deve ser contraído o casamento:
Ensinamos que o casamento deve ser contraído legalmente no temor do
Senhor, e não contra as leis, que proíbem certos graus de
consangüinidade, a fim de que o casamento não seja incestuoso. O
casamento deve ser feito com o consentimento dos pais, ou dos que
estão em lugar dos pais, e acima de tudo para o fim para o qual o
Senhor instituiu o casamento. Além disso, devem conservar-se santos,
com a máxima fidelidade, piedade, amor e pureza dos que se uniram.
Portanto, evitem-se as discussões, as dissenções, a lascívia e o
adultério.
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Fórum
matrimonial: Devem
estabelecer-se cortes legais na Igreja, tendo juízes
santos, que possam cuidar dos casamentos, reprimir a impureza e a
imprudência, diante dos quais se resolvam os conflitos matrimoniais.
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A
criação dos filhos: Devem os
filhos ser criados pelos pais, no temor do Senhor; e devem os pais
prover o sustento dos seus filhos, lembrando-se do que disse o
apóstolo: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e
especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé, e é pior
do que o descrente” (I Tm 5.8). Mas, devem principalmente ensinar a
seus filhos para terem uma carreira ou profissões honestas com que
possam manter-se a si mesmos. Devem conservá-los afastados da
ociosidade, e em tudo inculcar neles a verdadeira fé em Deus, a fim
de que, pela falta de confiança ou demasiada segurança ou pela feia
avareza venham a tornar-se dissolutos, e a fracassar na vida.
Aliás,
é muito certo que as obras praticadas pelos pais com verdadeira fé,
mediante os deveres domésticos e administração de sua casa, são,
aos olhos de Deus, santas e verdadeiramente boas obras. Não são
menos agradáveis a Deus do que as orações, os jejuns e as obras de
beneficência. Pois, assim ensinou o apóstolo em suas epístolas,
especialmente nas dirigidas a Timóteo e a Tito. E com o mesmo
apóstolo incluímos entre os ensinos de demônios a doutrina dos que
proíbem o casamento e abertamente o criticam ou indiretamente o
desacreditam, como se não fosse santo e puro.
Execramos
também, a vida impura dos solteiros, a lascívia secreta ou às
claras, e a fornicação dos hipócritas, que simulam continência,
sendo os mais incontinentes de todos. A todos estes julgará Deus.
Não desaprovamos as riquezas dos que as possuem, quando são
piedosos e fazem bom uso delas. Mas, rejeitamos a seita dos
Apostólicos, etc.
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Obviamente
que a poligamia não se ajusta ao padrão bíblico que Deus
estabeleceu desde o princípio da criação: um adão para cada eva e
uma eva para cada adão. Como disse o apóstolo Paulo: “cada homem
tenha a sua mulher e cada mulher tenha o seu marido”. O casal é
feito de um par e não de uma tríade. Enquanto viverem, homem e
mulher estão unidos pela mão de Deus e qualquer infidelidade é
pecado. Porém, morrendo um parceiro, outro estará livre para
contrair novas núpcias, desde que seja no Senhor, isto é, com outro
crente. Se, contudo, desejar permanecer sem casar-se novamente, fique
assim. Na infelicidade de ocorrer a infidelidade por uma das partes e
a parte infiel buscar outro cônjuge, então a parte ofendida está
livre. Mas antes de qualquer decisão, a parte ofendida deve lembrar
sempre a lei maior que é a lei do amor e do perdão. O cristão deve
estar sempre pronto a perdoar e buscar a reconciliação por causa do
Senhor. Em cada época a Igreja deve estar atenta para combater os
falsos ensinos e as seitas que a ameaçam continuamente. Até mesmo
uma super ênfase numa coisa boa pode tornar-se extraordinariamente
perigosa. Quando se trata da vida espiritual, toda cautela e
vigilância se faz necessária, por todos, mas especialmente por
parte dos bispos.
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