26. Do sepultamento dos fiéis e do cuidado que se deve ter com os mortos; do purgatório e da aparição de espíritos

O sepultamento dos corpos. Sendo os corpos dos fiéis o templo do Espírito Santo, que seguramente cremos hão de ser ressuscitados no último dia, as Escrituras mandam que sejam entregues à terra, honrosamente e sem superstição, e também que se façam referências honrosas aos santos, que dormiram no Senhor, bem como se cumpram todos os deveres de piedade familiar para com suas viúvas e órfãos. Não ensinamos que se tenha qualquer outro cuidado com os mortos. Portanto, damos ênfase ao fato de que desaprovamos os cínicos, que negligenciavam os corpos dos mortos e descuidada e desdenhosamente os lançavam à terra, nunca pronunciando uma boa palavra acerca do falecido, ou se preocupando com os seus que ficaram. 
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O estado da alma que deixou o corpo. Cremos que os fiéis, depois da morte do corpo, vão diretamente para Cristo e, portanto, não há necessidade de sufrágios e orações dos vivos pelos mortos, nem de seus ofícios. Igualmente, cremos que os incrédulos são imediatamente lançados no inferno, do qual não há saída possível para os ímpios por quaisquer ofícios dos vivos. 
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Desde o princípio Deus revelou que o homem é um ser bipartido, tendo uma parte física-material e outra espiritual-imaterial. A redenção começa com a parte espiritual. Nascemos de novo espiritualmente e continuamos morando no corpo caído. Quando chega o fim dos nossos dias e nosso corpo desfalece, nossa alma parte para estar com o Senhor. Nosso corpo deve ser devolvido à terra, onde aguardará até o último dia, quando também será redimido e glorificado. Enquanto nossa alma vai direta e imediatamente ao Paraíso, nosso corpo fica na terra “esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”. Então nosso corpo será novamente unido à nossa alma, para sempre. A morte do corpo encerra definitivamente o ciclo do pecado em nossas vidas. Indo para o Senhor não mais pecaremos. E quando Jesus vier, no último dia, o dia do juízo, nossos corpos ressurgirão incorruptíveis, então alma e corpo unir-se-ão novamente e nunca mais estarão sujeitos a pecar, mas somente a permanecer na comunhão do Senhor para todo o sempre. 

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