"Segunda Confissão de Fé Helvética" 19. Dos sacramentos e da Igreja de Cristo (V)

Os sinais recebem o nome das coisas significadas. Porque aprendemos da Palavra de Deus que estes sinais foram instituídos para outro fim, diverso do uso comum, ensinamos que eles agora, em seu santo uso, assumem em si os nomes das coisas significadas e não são mais chamados apenas água, pão ou vinho, mas também, regeneração ou o lavar com água e o corpo e sangue do Senhor, ou símbolos e sacramentos do corpo e sangue do Senhor. Não que os símbolos se transformem nas coisas significados ou cessem de ser o que são por sua natureza. Pois de outro modo não poderiam ser sacramentos. Se fossem apenas a coisa significada, não seriam sinais. 
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A união sacramental. Portanto, os sinais adquirem os nomes das coisas, porque são símbolos místicos de coisas sagradas, e porque os sinais e as coisas significados estão sacramentalmente ligados; ligam-se, digo, ou unem-se pela significação mística e pela vontade e conselho daquele que instituiu os sacramentos. A água, o pão e o vinho não são sinais comuns, mas sagrados. E aquele que instituiu a água no batismo não a instituiu com a vontade e intenção de que os fiéis apenas fossem aspergidos pela água do batismo; e aquele que mandou comer o pão e beber o vinho na ceia não queria que os fiéis recebessem apenas pão e vinho sem qualquer mistério, da maneira como comem pão em suas casas, mas, que participassem espiritualmente das coisas significados, sendo pela fé verdadeiramente lavados de seus pecados e participantes de Cristo. 
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Embora os elementos usados nos sacramentos, não tenham nada de especial neles nem sejam transformados em algo novo, contudo, quando os separamos do uso comum, para representarem o corpo e o sangue de Cristo, eles passam, de fato, a significar aquilo que representam. Isto é, quando a água é separada para o batismo e derramada sobre o corpo do batizando, ela traz consigo a promessa do lavar regenerador do sangue de Cristo. Outro tanto podemos afirmar do pão e do vinho. Quando esses elementos são trazidos à presença do Senhor para significar o corpo e o sangue de Cristo, eles de fato, ganham esse significado. Contudo, é bom enfatizar que nenhum desses elementos usados nos sacramentos, torna na coisa significada, até porque se assim fosse já não seriam mais sinais ou símbolos. Há uma operação do Espírito Santo no momento em que recebemos a água, ou o pão e o vinho. Assim recebemos a bênção, não do homem, mas dAquele que instituiu os sacramentos, pois Sua bênção dura para sempre. Então, ao receber os sacramentos estamos de fato sendo unidos Àquele que os instituiu, e, assim, perdoados e alimentados por Ele; este é o propósito dos sacramentos.

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