"Segunda Confissão de Fé Helvética" 19. Dos sacramentos e da Igreja de Cristo (IV)

Em que consistem os sacramentos. E como outrora os sacramentos consistiam da palavra, do sinal e da coisa significada, assim também agora eles se compõem, por assim dizer, dessas mesmas partes. Pois, a Palavra de Deus os faz sacramentos, o que antes não eram. A consagração dos sacramentos. São consagrados pela Palavra e declarados santificados por aquele que os instituiu. Santificar ou consagrar uma coisa a Deus é dedicá-la a usos sagrados isto é, retirá-la do uso comum ou profano e destiná-la a uso sagrado, pois, os sinais nos sacramentos se derivam do uso comum, de coisas externas e visíveis. No Batismo, o sinal externo é o elemento da água e a ablução visível, feita pelo ministro; a coisa significada é a regeneração e purificação de pecados. Na Ceia do Senhor, o sinal externo é o pão e o vinho, tomados do uso comum do comer e do beber; a coisa significada é o corpo do Senhor que foi entregue, e seu sangue vertido por nós, ou a comunhão do corpo e do sangue do Senhor. Por isso, a água, o pão, o vinho, segundo sua natureza e à parte da instituição divina e do uso sagrado, são somente aquilo que são chamados, e que experimentamos. Mas, quando a Palavra do Senhor lhes é acrescentada, com a invocação do nome divino e a renovação de sua primeira instituição e santificação, então esses sinais são consagrados e se mostram santificados por Cristo. A primeira instituição de Cristo e a consagração dos sacramentos permanece sempre eficaz na Igreja de Deus, de tal modo que aqueles que celebram os sacramentos, não de modo diferente daquele que o Senhor mesmo estabeleceu desde o princípio, ainda hoje desfrutam daquela primeira e sobre-excelente consagração. E por isso, na celebração dos sacramentos, são repetidas as próprias palavras de Cristo. 
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O Autor dos sacramentos é quem os santifica. Eles são santos porque foram instituídos por Deus; são santos pelo que representam. O santo batismo representando o novo nascimento por obra da graça e a santa ceia, representando o sacrifício do Senhor Jesus para nos assegurar o perdão dos nossos pecados. Aquela primeira vez que o Senhor criou esses selos sacramentais, os definiu e os santificou para sempre. Os efeitos daquele ato do Senhor Jesus perduram para sempre, da mesma forma que o sacrifício de Cristo é de valor eterno. Assim, ainda hoje quando recebemos aqueles selos, eles trazem consigo a mesma bênção que o Senhor proferiu sobre eles. Então, não é para o ministro que devemos atentar mas para a bênção que o Senhor pronunciou solenemente sobre os sacramentos. Assim o que está sobre nós não é a bênção do ministro, mas do Senhor Jesus Cristo. Seja a água do batismo ou o pão e o vinho que foram separados para os sacramentos, estamos recebendo, naquele momento, a bênção do nosso Senhor e Deus, que está presente não apenas no momento que recebemos os sacramentos, mas sempre, continuamente. O sacrifício do Senhor Jesus Cristo pelos nossos pecados é de efeitos e valor eternos. Outro tanto com relação aos sacramentos, eles têm a bênção eterna do Senhor que os ordenou. Amém.

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