"Segunda Confissão de Fé Helvética" 18. Dos ministros da Igreja, sua instituição e deveres (II)
Quem são
os ministros e de que sorte são os que Deus deu ao mundo. E em verdade desde o princípio do
mundo Deus usou os mais eminentes homens no mundo inteiro (ainda que muitos
deles fossem simples na sabedoria terrena ou na filosofia, no entanto na
verdadeira teologia eram excelentes), a saber, os patriarcas, com os quais ele
falou frequentemente pelos anjos. Pois os patriarcas eram os profetas e mestres
dos seus dias, aos quais, por essa razão, quis Deus que vivessem por vários
séculos, para que fossem, por assim dizer pais e luzes do mundo. Foram seguidos
por Moisés e os profetas famosos pelo mundo inteiro.
Cristo o
mestre. Depois destes o Pai celestial
enviou o seu Filho unigênito, o mais perfeito mestre do mundo, em quem está
escondida a sabedoria de Deus, a qual veio até nós através da mais santa,
simples e perfeita de todas as doutrinas. Ele escolheu discípulos para si
mesmo, aos quais fez apóstolos. Estes saíram por todo o mundo e em toda parte
congregaram igrejas pela pregação do Evangelho, e depois ordenaram pastores ou
mestres (doutores) em todas as igrejas do mundo, segundo o mandamento de
Cristo; mediante seus sucessores ele ensinou e governou a Igreja até hoje.
Portanto, como Deus deu ao seu povo antigo os patriarcas, juntamente com Moisés
e os profetas, assim também ao seu povo do Novo Testamento ele enviou seu Filho
unigênito e, com ele, os apóstolos e doutores da Igreja.
Ministros
do Novo Testamento. Além
disso, os ministros do novo povo são designados por diversos nomes. São
chamados apóstolos, profetas, evangelistas, bispos, anciãos, pastores e mestres
(1ª Cor. 12.28; Ef. 4.11).
Os
apóstolos. Os apóstolos não permaneciam
num lugar determinado, mas por todo o mundo iam congregando diversas igrejas.
Uma vez estas estabelecidas, deixou de haver apóstolos, e, em seu lugar,
apareceram pastores, cada um em sua igreja.
Profetas. Nos primeiros tempos eram videntes,
conhecendo o futuro; mas também interpretavam as Escrituras. Tais homens são
encontrados também hoje.
Evangelistas. Os escritores da história evangélica
eram chamados Evangelistas; mas eram também arautos do Evangelho de Cristo;
como o apóstolo São Paulo ordena a Timóteo: “Faze o trabalho de evangelista” (2ª
Tim 4.5).
Bispos. Bispos são os supervisores e vigias
da Igreja, que administram o alimento e outras necessidades da vida da Igreja.
Presbíteros. Os presbíteros são os anciãos e, por
assim dizer, os senadores e pais da Igreja, governando-a com sadio conselho.
Pastores. Os pastores não só guardam o rebanho
do Senhor, como também providenciam as coisas necessárias a ele.
Mestres. Os mestres instruem e ensinam a
verdadeira fé e piedade. Portanto, os ministros da Igreja podem, agora, ser
chamados bispos, anciãos, pastores e mestres.
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De
fato os nomes mais comuns que encontramos depois dos apóstolos e evangelistas
terem fundado as igrejas são os presbíteros e diáconos. E quanto mais simples
for o sistema de governo de uma igreja local tanto mais facilitará o seu
funcionamento. Com os presbíteros (também chamados bispos) e diáconos a igreja local
forma o seu conselho para governar a congregação sob a orientação da Palavra e
do Espírito Santo. Sabemos também que cada crente sendo um sacerdote diante de Deus,
o Espírito Santo o capacita com dons para servir ao corpo de Cristo, assim cada
qual deve buscar com alegria servir em sua igreja, da melhor maneira, com tudo
o que Deus lhe der, para a glória do nosso Senhor.
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