"Segunda Confissão de Fé Helvética" 12. Da lei de Deus (Parte II)
A lei é
completa e perfeita. Cremos
que toda a vontade de Deus e todos os preceitos necessários a cada esfera da
vida são nesta lei ensinados com toda a plenitude. De outro modo o Senhor não
nos teria proibido de adicionar-lhe ou de subtrair-lhe qualquer coisa; nem nos
teria mandado andar num caminho reto diante desta Lei, sem dela nos declinarmos
para a direita ou para a esquerda (Deut 4.2; 12.32, 5.32, cf. Núm 20.17 e Deut
2.27).
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Porque foi
dada a lei. Ensinamos que esta Lei não
foi dada aos homens para que fôssemos justificados pela sua observância, mas
antes para que, pelo seu ensino, conhecêssemos nossa fraqueza, nosso pecado e
condenação e, perdendo a confiança em nossas forças, nos convertêssemos a
Cristo pela fé. O apóstolo diz claramente: “A Lei suscita a ira”; “pela Lei vem
o pleno conhecimento do pecado” (Rom 4.15; 3.20); “porque, se fosse promulgada
uma Lei que pudesse dar vida, a justiça, na verdade seria procedente da Lei;
mas a Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que mediante a fé em Jesus Cristo
fosse a promessa concedida aos que creem... De maneira que a Lei nos serviu de
aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé” (Gal
3.21 ss).
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A carne
não cumpre a lei. Ninguém
poderia ou pode satisfazer a Lei de Deus ou cumpri-la, por causa de fraqueza da
nossa carne que adere e permanece em nós até nosso último suspiro. Outra vez
diz o apóstolo: “O que fora impossível à Lei, no que estava enferma pela carne,
isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e
no tocante ao pecado” (Rom 8.3). Portanto, Cristo é o aperfeiçoador da Lei e o
nosso cumprimento dela (Rom 10.4), o qual, com o fim de remover a maldição da
Lei, foi feito maldição por nós (Gal 3.13). Assim, ele nos comunica, pela fé, o
seu cumprimento da Lei, e a sua justiça e obediência nos são imputadas.
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Na lei que o próprio Deus escreveu
um resumo nas tábuas de pedra e depois detalhou através dos seus profetas e
apóstolos, está expressamente revelada toda a sua vontade para o homem. Todas
as áreas da nossa vida são perfeitamente cobertas pela lei de Deus, até porque Ele
melhor do ninguém nos conhece e sabe o que devemos fazer e como devemos faze-lo
para desfrutar da Sua comunhão e viver para a Sua glória. Essa é a única
maneira do homem ser realizado e feliz. Portanto a lei de Deus é completa e
perfeita, boa e espiritual. Contudo sabemos que a lei não nos foi dada para nos
salvar. Ela revela o padrão da justiça e santidade de Deus. Nenhum homem jamais
pode ser justificado pela observância da lei, porque também nenhum homem, em
sua limitação, pode cumpri-la perfeitamente. Alguém para atingir o elevado
padrão da justiça divina precisaria ser divino, e é exatamente isto que o Senhor
Jesus Cristo era – divino. Sua justiça é a única justiça aceita diante do
tribunal celestial e nenhuma outra mais. Portanto todo salvo é alguém que
recebeu de Deus a atribuição da justiça de Cristo. Sem méritos, sem obras, sem
justiça própria ou qualquer outra coisa que o recomendasse perante o trono de Deus.
O crente é alguém que pode dizer: A minha justiça é a de Cristo, a minha obediência
é a de Cristo, o meu cumprimento da lei é Cristo. Amém.
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