O Catecismo de Heidelberg - Os Dez Mandamentos - Dia do Senhor 34 [Parte 2]


94. O que Deus ordena no primeiro mandamento?
Primeiro: para não perder minha salvação, devo evitar e fugir de toda idolatria, feitiçaria, adivinhação e superstição. Também não posso invocar os santos ou outras criaturas. Segundo: devo reconhecer devidamente o único e verdadeiro Deus, confiar somente nEle, me submeter somente a Ele com toda humildade e paciência. Devo amar, temer e honrar a Deus de todo o coração, e esperar todo o bem somente dEle. Em resumo, devo renunciar a todas as criaturas e não fazer a menor coisa contra a vontade de Deus.
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Todo salvo precisa conhecer e reconhecer o verdadeiro Deus. Jesus Cristo orou assim: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17.3). A vida eterna consiste em conhecer a Deus na face de Cristo - “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1ª João 5.20). O primeiro mandamento nos ensina reconhecer que há um único Deus verdadeiro. Portanto devemos honrá-lo, temê-lo, adorá-lo, tendo-o na mais alta consideração e reverência. A ele devemos obedecer e amar com todo nosso coração, sendo humildes diante dele, esperando e confiando em suas promessas, agradecendo-lhe pelo seu cuidado e louvando-o pelos seus atributos e obras. Além do mais, nenhuma criatura tem os atributos incomunicáveis de Deus. Nenhuma criatura é onipotente, onisciente nem onipresente. Logo devemos dirigir nossas preces somente a Deus através do Seu Filho, nosso Mediador, o Senhor Jesus Cristo.  
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95. Que é idolatria?
Idolatria é inventar ou ter alguma coisa em que se deposite confiança, em lugar ou ao lado do único e verdadeiro Deus, que se revelou em sua Palavra.
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Qualquer coisa, objeto, pessoa, práticas religiosas que nos desviem do verdadeiro Deus é uma idolatria; qualquer coisa, fora Deus, a que nos apeguemos com devoção é uma idolatria; toda superstição, misticismo, sincretismo religioso, crendice é uma forma de idolatria; o mesmo se pode dizer da autoconfiança, ou da fé na própria fé. Mas o mais sutil e enganoso tipo de idolatria é o deus imaginário. Esse é o maior perigo entre os filhos da Aliança: cultuar um deus criado pelas suas mentes. Os judeus caíram nesse pecado muitas vezes. Ezequiel os repreendeu por isso - “Qualquer homem da casa de Israel, que levantar os seus ídolos no seu coração...” (Ezequiel 14.4). Ídolos no coração são deuses imaginários, ou um falso conhecimento sobre quem Deus é. O Senhor Jesus disse aos judeus dos seus dias que eles supunham cultuar o verdadeiro Deus mas, de fato, não O conheciam - “... mas aquele que me enviou é verdadeiro, o qual vós não conheceis... não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai...” (João 7.28; 8.19). O mesmo ocorre hoje, muitos não conhecem o verdadeiro Deus revelado nas Escrituras, com todos os seus atributos, sua Aliança incluindo as bênçãos e as maldições, mas pensam que Deus seja de acordo com suas suposições. Por exemplo, é muito comum as pessoas aceitarem que Deus demonstre amor, paciência, longanimidade e que não leve tão a sério a questão do pecado, mas que seja complacente com ele, fazendo vistas grossas; que seja um Deus disposto a levar todos os homens para o céu independente do que eles façam e de como vivam; um Deus que não condene ninguém ao inferno; um Deus que está esperando o homem agir para então ele ver o que fará; um Deus que decide tudo de última hora; ou seja, um Deus conforme a imagem do homem. Isso é superstição e idolatria, transgressão do primeiro mandamento.

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