TULIP - Depravação Total


Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo - Isaías 1.5-6.

TULIP é uma sigla que define os cinco pontos da doutrina reformada, também conhecida como calvinista. Total Depravity [depravação total]; Unconditional Election [eleição incondicional]; Limited Atonement [expiação limitada]; Irresistible Grace [graça irresistível]; Perseverance of the Saints [perseverança dos santos]. O primeiro ponto dessa doutrina é a total depravação, que quer dizer que não há qualquer parte sã no homem natural, mas que tudo nele foi contaminado pelo pecado Desde a planta do pé até a cabeça. O pecado causou tão grande estrago no design do homem que o afetou completamente - alma e corpo. Sua vontade foi danificada, suas emoções foram desequilibradas, seu corpo tornou-se viciado ao prazer terreno, de modo que ele tornou-se totalmente corrompido. Não é que o homem tenha se tornado tão mal quanto possível, mas que todo o seu ser foi avariado. O pecado em sua carne e espírito deu-lhe um potencial maligno para tornar-se num verdadeiro monstro. A mesma essência daquele veneno que transformou anjos em demônios está no homem. E ele não se torna tão maligno quanto os demônios só porque há neste mundo uma graça geral que permeia toda a criação de Deus e o impede de ser tão mau quanto poderia ou de fazer tanto mal quanto está em sua inclinação. Na sua condição natural, em si mesmo, o homem não tem nenhuma capacidade para realizar o bem e nem para evitar o mal. É um estado verdadeiramente miserável - Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço... Miserável homem que eu sou! - Romanos 8.19, 24. Jamais ele pode ser justo, muito embora se considere tal - Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer... Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só - Romanos 3.10-12. Nessa condição, o homem não nutre qualquer desejo por Deus e sua comunhão. Antes odeia a Deus com suas leis, seu governo, sua soberania; não tem nenhum desejo de santificar-se, o caminho santo não o atrai. Tudo quanto quer é tirar o máximo de prazer na sua vida neste mundo, investir quanto pode para desfrutar o máximo de conforto e bem-estar, e fazer o que bem entende. Quando se lembra de Deus, nunca é por amor a Deus, mas por amor próprio. Sua relação com as pessoas e coisas deste mundo é estritamente utilitária, outro tanto com relação a Deus. Pensa apenas nos benefícios, deseja as bênçãos de Deus, mas não obedecê-lo; deseja sua ajuda, sua salvação, mas não seu senhorio. Quer que Deus o abençoe, mas que não interfira em seu estilo de vida nem em suas escolhas e decisões. Pede que Deus seja o seu sócio, mas nunca seu patrão. E por que me chamais, SENHOR, Senhor, e não fazeis o que eu digo? - Lucas 6.46

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