A Confissão Rochelle - XXXIX - A necessidade dos governos

 VIII. OS PODERES PÚBLICOS

39. A necessidade dos governos

Nós cremos que Deus quer que o mundo seja dirigido por leis e governos, a fim de que haja alguns freios para reprimir os apetites desordenados do mundo. Nós cremos, portanto, que Deus instituiu os Reinos, as Repúblicas e todas as outras formas de Principados, hereditários ou não, e tudo o que pertença à esfera da justiça, e que Ele deseja ser reconhecido nelas como seu Autor.

Os Magistrados

Com esse fim, Deus pôs a espada na mão dos magistrados para reprimir os pecados cometidos não somente contra a segunda Tábua dos Mandamentos de Deus, mas também contra a primeira.

O respeito devido às autoridades

É necessário, portanto, por causa de Deus, não somente que se apoie as autoridades quando elas exercem soberanamente seus cargos, mas também que sejam honradas e estimadas com profundo respeito, as considerando como oficiais estabelecidos por Deus para exercer um cargo legítimo e santo.

Ex 18. 20,21; Mt 17.24-27; Rm 13.1-7; 1 Pe 2.13,14; 1 Tm 2.2.

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Comentário: Deus governa os céus e a terra, e usa todas as coisas para um fim; aí entram as autoridades delegadas. Ele é a fonte de toda autoridade no céu e na terra; dele emanam o poderes delegados às suas criaturas, a fim de que seus propósitos sejam executados e cumpridos. Independentemente se a autoridade delegada, que está no comando duma cidade ou duma nação, seja justa ou injusta, Deus fará cumprir por meio deles, independente deles ou até contra eles, os seus eternos desígnios. Ele tanto usa os bons quanto os maus. No plano espiritual ele usa tanto os anjos bons quanto os anjos maus, na execução de seus intentos; igualmente no plano humano, ele usa homens bons e homens maus, para levar a cabo seus decretos, e realizar tudo quanto quer. Ele tem o coração de todos os homens nas suas mãos e os inclina para onde deseja.Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do SENHOR; a tudo quanto quer o inclina” - Provérbios 21.1. O autor sagrado devia ter em mente a irrigação feita com os pés para levar a água para regar a plantação. Assim eles levavam a água para onde desejavam; da mesma forma o SENHOR tem as autoridades delegadas em suas mãos, e os leva para onde deseja. É verdade, que muitos homens que estão em posição de autoridade, não têm entendimento disso, especialmente os que não temem a Deus; mas, isso não impede Deus de usá-los, incliná-los e levá-los a fazer o que lhe apraz. Quem tem entendimento do governo de Deus, como o rei Davi tinha, cumpre os propósitos de Deus conscientemente; quem não tem entendimento e nem temor de Deus, cumpre os decretos eternos inconscientemente; mas, todos agem dentro dos limítrofes que Deus traçou, nem mais nem menos. Deus nos ensina a respeitar as autoridades delegadas, porque o poder emana de seu trono no céu. Assim, nós respeitamos a autoridade, ainda que a pessoa que está em posição de autoridade não seja justa e cometa injustiças contra nós.Sujeitai-vos pois a toda a ordenação humana por amor do SENHOR: quer ao rei, como superior; Quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem…. Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai o rei. Vós, servos, sujeitai-vos com todo o temor aos senhores, não somente aos bons e humanos, mas também aos maus” - 1a Pedro 2.13,14,17,18. Lembremos, que até no plano de redenção, as autoridades injustas foram usadas para cumprir os propósitos de Deus. Se não houvessem tais autoridades, quem crucificaria o Senhor Jesus Cristo? Veja o que o apóstolo disse:A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos…. Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer” - Atos 2.23; 4.27,28.

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