A Confissão Rochelle - XXXV - O Batismo

 35. O Batismo

Nós reconhecemos somente dois Sacramentos comuns a toda Igreja: o Batismo e a Santa Ceia. O Batismo nos foi dado em testemunho de nossa adoção, porque nós somos enxertados no corpo de Cristo, a fim de sermos lavados e limpos pelo seu sangue, e depois renovados por seu Espírito para vivermos uma vida santa. Posto que nós recebemos o Batismo uma única vez, nós afirmamos também que os benefícios que dele nos são presentes, se estendem pelo curso de toda a nossa vida, e mesmo até nossa morte, de sorte que temos uma prova permanente que Jesus Cristo será sempre nossa justiça e nossa santificação.

O Batismo de crianças

Ora, ainda que o Batismo seja um sacramento de fé e de arrependimento, entretanto, porque Deus recebe em sua Igreja os filhos com seus pais, nós dizemos que, pela autoridade de Jesus Cristo, os filhos gerados pelos fiéis devem ser batizados.

Rm 6.3,4; At 22.16; Tt 3.5; Ef 5.26; Rm 4; 6.22,23; Mt 3.11; Mc 1.4; 16.16; Lc 3.3; At 13.24; 19.4; Mt 19.14; 1 Co 7.14.

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Comentário: Para compreender o santo Batismo é necessário compreender o antigo sacramento da Circuncisão. A Circuncisão significava o selo da Aliança, isto é, selava as promessas da Aliança e fazia o circuncidado responsável pelas obrigações da Aliança. Nessa Aliança os pais deveriam instruir os filhos circuncidados; quando eles tivessem idade esperava-se que respondessem a Aliança de Deus. A Circuncisão exterior deveria ter uma correspondência interior, que era a operação do Espírito Santo no coração. Deus mostrava a necessidade dessa obra interior:Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz” - Deuteronômio 10.16; contudo essa obra somente o Espírito Santo poderia realizar: E o SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua semente, para amares ao SENHOR, teu Deus, com todo o coração e com toda a tua alma, para que vivas” - Deuteronômio 30.6. O apóstolo Paulo expõe que a verdadeira circuncisão é a interior: “Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra: cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” - Romanos 2.28-29. Assim como a circuncisão do prepúcio apontava para a circuncisão do coração, também o batismo com água aponta para a regeneração; ambos os selos devem ter a correspondência interior. A Circuncisão foi substituída pelo Batismo na Nova Aliança. Sendo assim, obviamente deve seguir as mesmas orientações do Antigo Testamento, isto é, deve ser realizado logo após o nascimento [oitavo dia]. Assim como era a Circuncisão assim deve ser o Batismo – quando criança. A única opção de circuncidar um adulto, era se um gentio viesse a professar fé no Deus de Israel. Fora disso a Circuncisão era feita nos bebês, filhos da Aliança. Se um judeu ouvisse alguma coisa parecida com “circuncisão infantil” estranharia muito, porque seria redundante. Penso que “batismo infantil” deveria soar também estranho para os filhos da Aliança. Batismo de adulto só é justificado quando alguém conhece o evangelho em sua fase adulta.

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