A Confissão Rochelle - XXVIII - As falsas igrejas

 28. As falsas Igrejas

Fundamentados sobre esta definição da Igreja verdadeira, nós afirmamos que onde a Palavra de Deus não é recebida e onde não se lamenta a insubmissão, e onde não é feito nenhum uso autêntico dos Sacramentos, não se pode considerar que haja alguma Igreja.

O Papado

Por isso nós condenamos as assembleias do Papado, porque tendo sido banida a verdade pura de Deus, os Sacramentos foram corrompidos, alterados, falsificados ou totalmente aniquilados, e toda a sorte de superstições e idolatrias nela estão presentes. Nós estimamos que todos aqueles que se reúnem e participam de tais atos se separam e se retiram do Corpo de Cristo. Entretanto, porque ainda resta um pequeno vestígio de Igreja no Papado, e que a realidade essencial do Batismo nela subsistiu – ligado ao fato que a eficácia do Batismo não depende daquele que o administra – nós confessamos que aqueles que foram nela batizados, não necessitam de um segundo batismo.

Entretanto, por causa das corrupções que nela existem, não se pode, sem se contaminar, apresentar as crianças para o batismo.

Mt 10.14,15; Jo 10; 1 Co 3.10-13; Ef 2.19-21;2 Co 6.14-16; 1 Co 6.15; Mt 3.11; 28.19; Mc 1.8; At 1.5; 11.15-17; 19.4-5; 1 Co 1.13.

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Comentário: O engano religioso é tão próspero neste mundo caído que, de fato, não apenas a maior parte da humanidade está enganada, mas a maior parte dos chamados crentes ou cristãos também. Sim, é doloroso, absolutamente lamentável, mas é a realidade. Grande parte do mundo cristão vive um cristianismo paganizado. Há tanta idolatria e superstições no romanismo quanto nas igrejas que surgiram da Reforma Protestante, especialmente nas pentecostais. Falando-se em Igreja, há dois tipos de crescimento. Um é quando o Espírito de Deus se move trazendo avivamento na Igreja e consequente arrebanho de fiéis. Outro, é o crescimento promovido por artifícios humanos e estimulantes artificiais. Este último é o que mais temos visto; embora haja ajuntamento de pessoas, a motivação delas é errada. Acontece que, a pregação falsa de um evangelho corrompido, leva as pessoas a confiar num Jesus falso, a receber um espírito falso; o resultado são crentes falsos que formam congregações falsas. Isto não é novo. O apóstolo Paulo falou sobre esse tipo de crescimento ou ajuntamento de pessoas - Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis… Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito pois que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça: o fim dos quais será conforme as suas obras…. em perigos entre os falsos irmãos” - 2a Coríntios 11.4,13,14,15,26. Neste contexto o apóstolo fala de falsos mensageiros, um falso evangelho, falso Jesus, falso espírito e falsos irmãos. É assim que tem surgido muitas seitas evangélicas; têm o nome de igreja, mas muitas delas são verdadeiras sinagogas de Satanás. Quanto ao rebatismo, obviamente, sabemos que não há nada que o justifique. Quando a pessoa recebeu o selo da Aliança – água sobre a cabeça, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo -, por uma autoridade eclesiástica, em geral tal ato não deve ser repetido. Isso desprezaria grandemente o santo sacramento. Partimos sempre do princípio de que a validade do santo sacramento não depende de quem o administrou mas do próprio sacramento que foi instituído e abençoado pelo Senhor Jesus Cristo. Há casos em que a pessoa recebeu uma iniciação que não é o batismo, e nesses casos não seria rebatismo; é o rebatismo que deve ser evitado a todo custo. Antes de aprovar um rebatismo devemos lembrar do antigo sacramento da circuncisão. Obviamente esse sacramento não podia ser repetido, fosse quem que fosse houvesse realizado o ato. Um judeu poderia ter sido circuncidado e não compreender o significado da circuncisão; sua necessidade não era uma nova circuncisão, mas ser ensinado com respeito ao significado daquele selo. Igualmente, quem recebeu o selo cristão da Aliança e não sabe o seu significado, não necessita ser rebatizado, mas ser instruído sobre sua implicação. Analogicamente podemos supor num homem foi casado numa falsa igreja, e usa um anel, símbolo do seu matrimônio, foi feito por um não-cristão; quando aquele homem um dia se converte a verdadeira fé, deveria ele refazer a cerimônia de casamento e também fazer outro anel, ou deve agora ser instruído no significado do seu matrimônio e também daquele anel? O que seria mais eficaz? A conclusão é óbvia. E por último, devemos nos lembrar que o batismo não salva; a água que lava os pecados não é aquela que recebemos sobre a cabeça ou sobre o corpo, mas é o Espírito Santo. Jesus respondeu: Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” - João 3.5. Não existe nenhum ritual exterior ou elemento físico que salve ou ajude na salvação. Somos purificados dos nossos pecados pelo sangue de Cristo, pela lavagem do Espírito Santo.

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