A Confissão Rochelle - XXIII - O uso da Lei e dos Profetas

 23. O uso da Lei e dos Profetas

Nós cremos que na vinda de Jesus Cristo todas as figuras e representações da Lei terminaram. Entretanto, ainda que as cerimônias do Antigo Testamento não estejam mais em uso, nós cremos que encontramos na pessoa de Cristo – em quem todas as coisas foram cumpridas – a substância e a realidade do que elas representavam e significavam. Mais ainda, cremos que é preciso da ajuda da Lei e dos Profetas tanto para regrar nossa vida como para sermos confirmados nas promessas do Evangelho.

Rm 10.4; Gl 3 e 4; Cl 2.17; Jo 1.17; Gl 4.3,9; 2 Pe 1.19; Lc 1.70; 2 Tm 3.16; 2 Pe 3.2.

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Comentário: A lei cerimonial do Antigo Testamento cumpriu-se plenamente com o advento do Messias; as leis judiciais, um tipo de constituição nacional, que foi dada a Israel não mais está em vigência; o que temos hoje é a lei moral que foi dada a Moisés no Monte Sinai. Essa é eterna. O Senhor Jesus Cristo cumpriu todas elas. A lei cerimonial com todos os seus tipos e figuras cumpriu-se em Jesus Cristo, pois todos aqueles tipos eram sombras que apontavam para o Messias. Ele é o corpo e a realidade para o qual aquelas sombras apontavam. Tendo ele chegado e sendo ele o corpo, todas as sombras não são mais necessárias. Portanto ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” - Colossenses 2.16-17. Todos os sacrifícios que se faziam na antiga dispensação, o sacerdócio, o próprio templo, faziam parte da lei cerimonial. Tudo isso caiu com o advento de Jesus Cristo, o Nazareno. Por sua vez quando o Senhor Jesus esteve neste mundo ele submeteu-se a lei moral e a lei judicial de Israel como nação. Ele foi tão sujeito a lei moral que a cumpriu completa e perfeitamente. Essa obediência de Jesus a lei também é atribuída a nós. Se cremos nele não seremos condenados por não obedecer perfeitamente a lei ou por transgredi-la por completo. Por nossa vez, ainda somos chamados a obedecer a lei, ela é o parâmetro para o qual devemos atentar. A nossa obediência a lei agrada e honra a Deus. Contudo não seremos amaldiçoados quando, desejando fervorosamente obedecê-la, a transgredimos, nos omitimos, enfim quando não pudermos observá-la perfeitamente. A lei moral de Deus deve ser pregada juntamente com o evangelho. Ninguém pode compreender, apreciar e valorizar o evangelho da graça de Deus se primeiro não conhecer a lei, diante da qual somos todos culpados, acusados e condenados. Qualquer que sabe que deve obedecer a lei de Deus e é reprovado por causa da sua impotência e fragilidade, refugia-se em Cristo Jesus. Ele livra o pecador penitente, o transgressor arrependido e o acolhe. Os profetas juntamente com os apóstolos do Senhor lançaram o fundamento da Igreja; os profetas vaticinaram o advento do Messias, a transição da Antiga para a Nova Aliança, a inclusão dos gentios na aliança abraâmica, a formação de um novo povo unindo judeus e gentios; os apóstolos partindo da palavra dos profetas testemunharam que Jesus Nazareno é o cumprimento das profecias e, guiados pelo Espírito Santo, fizeram a transição da era judaica [mosaica] para a era cristã.

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