A Confissão Rochelle - XXII - Nossa Regeneração

22. Nossa regeneração

Sendo servos do pecado pela nossa natureza corrompida, nós cremos que é por meio desta fé que somos regenerados, a fim de vivermos em novidade de vida. Estando naturalmente escravizados ao pecado. Ora, nós recebemos pela fé, a graça de vivermos de maneira santa e no poder de Deus, recebendo a promessa que nos é dada pelo Evangelho, a saber, que Deus nos dará seu Espírito Santo.

As boas obras

Assim, a fé não apenas não esfria em nosso coração o desejo de viver de maneira santa, mas ao contrário ela o engendra, excita e produz necessariamente as boas obras. Por fim, bem que Deus, para completar nossa salvação, nos regenera e nos torna capazes de fazer o bem, nós confessamos, entretanto, que as boas obras que fazemos sob a condução de seu Espírito não são levadas em conta para nos justificar ou para merecer de Deus que ele nos tenha como seus filhos, porque seriamos sempre abalados pela dúvida e inquietação, se nossas consciências não se apoiassem sobre a satisfação pela qual Jesus Cristo nos adquiriu.

Tt 3.5; 1 Pe 1.3; Rm 6.17-20; Cl 2.13; 3.10; Gl 5.6,22; 1 Jo 2.3,4; 2 Pe 1.5-8; Dt 30.6; Jo 3.5; Lc 17.10; Sl 6.2; Rm 3.19,20; 4.3-5; Rm 5.1,2.

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Comentário: A queda de Adão causou uma abrupta interrupção no curso natural da humanidade. Obviamente que tudo estava previsto e ordenado por Deus, mas falemos das consequências e da gravidade da queda. O pecado causou um trágico estrago na criação, levou a criação a um verdadeiro caos, trouxe sobre a criação a maldição, um mal irreversível, tornando a condição irreparável. Deus, em sua infinita sabedoria anunciou uma nova criação. A antiga criação estava condenada. O homem precisava ser regenerado, renascido, recriado. Isto é o novo nascimento que o Espírito Santo opera em todos quantos Deus chama. Cada nascido de novo é colocado numa nova posição diante de Deus; ele é resgatado das trevas, do engano, dos ídolos, das superstições, da ignorância e, é reintroduzido na comunhão de Deus. A posição do cristão é nova, ele tem um novo status, uma nova identidade, uma nova relação com Deus; saiu de sob a maldição e foi trazido para a bênção; saiu da condição de filho da ira e inimigo para a condição de filho adotivo; ele foi perdoado, justificado, regenerado, reconciliado e, aceito por Deus. Enquanto o homem natural vive pelos sentidos, especialmente pelo que vê, ouve, sente, toca, o homem espiritual vive pela fé, isto é, ele crê e vai além dos sentidos naturais; o homem espiritual espera muito mais do que seus olhos veem e suas mãos tocam, ele contacta o mundo espiritual, invisível; a fé ultrapassa os limites físicos e temporais e, salta para a eternidade. Quanto as boas obras, estas o seguem neste mundo e o seguirão até o céu. Sua fé em Cristo Jesus é suficiente para conduzi-lo ao céu independente de qualquer obra, contudo, em seu caminho deixa um rastro de boas obras que honram e glorificam a Deus.

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