A Confissão Rochelle - XX - A Justificação pela Fé

20. A justificação pela fé

Nós cremos que Deus nos faz participar desta justiça (art.18) pela fé somente, porque ele disse que Jesus Cristo sofreu para obter nossa salvação, para que todo aquele que nEle crê não pereça. Nós cremos que participamos da justiça de Jesus Cristo, porque as promessas de vida que nos são dadas nEle, são adaptadas a nossa vida e sentimos o efeito quando as aceitamos, porque somos convencidos – a boca de Deus mesmo nos dando formal segurança – que nós não seremos frustrados no que elas prometem. Assim, a justiça que obtemos pela fé depende das promessas graciosas pelas quais Deus nos declara e nos atesta que nos ama.

Jo 3.16; Rm 3.24,25,27,28,30; 1.16,17; 4.3; 9.30-32; 11.6; Gl 2.1621; 3.9,10,18,24; 5.4; Fl 3.9; 2 Tm 1.9; Tt 3.5,6; He 11.7; At 10.43; Jo 17.23-26.

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Comentário: Quanto a justificação é preciso compreender que ela não é um processo mas um ato solene. Muitos supõem que a justificação é um processo e que o pecador conquista fazendo boas obras. Ele passa sua vida tentando agradar a Deus com suas obras, com sua justiça. Quando, no fim da vida, é chamado a juízo, então suas obras e justiça são avaliadas e aí sua justificação é decidida. É mais ou menos isso que muitas seitas e falsas igrejas ensinam. Já vimos antes que o homem é um caso perdido; depois da queda acabou para Adão e seus filhos. Não há o que possam fazer a não ser aguardar o julgamento final e a condenação eterna. Por isso desde a eternidade Deus já havia provido um substituto para morrer no lugar do pecador – Seu próprio e único Filho. Se houvesse uma mínima chance de algum pecador se salvar por suas próprias obras ou mesmo ajudar-se a si mesmo, jamais o Filho Eterno viria a este mundo, jamais Deus em Seu Filho tomaria a forma humana. Jamais o Pai submeteria Seu Filho ao massacre da cruz. Se Deus fez isto com o Senhor Jesus Cristo, o Nazareno, foi porque não havia, absolutamente, nenhuma alternativa. Então, a justificação não é um processo, mas um ato de Deus, um ato judicial. O pecador é chamado, de fato trazido a presença de Deus que em vez de matá-lo como ele merece, o declara justificado de seus pecados e o reconcilia consigo. Deus, o Juiz, atribui ao pecador a justiça de Seu Filho, Jesus Cristo, tira as vestes sujas e esfarrapadas e o veste com um manto branco. Não existe outra forma de justificação, portanto é nisso que devemos crer. Alguém já disse com muita propriedade que a justificação está no começo da vida cristã e não no fim; as falsas igrejas ensinam que quando a vida cristã termina então vem a avaliação para a justificação, mas a Bíblia ensina que a vida cristã começa com a justificação e a diferença é enormemente grande. Concluindo, quando alguém crê em Jesus Cristo e somente nele, recebe a justificação pela fé. Esse é o ensino apostólico - Concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei … Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso SENHOR Jesus Cristo; Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” - Romanos 3.28; 5.1-2 – pela fé e, pela fé somente. Não é pela fé em Cristo mais boas obras, não é pela fé em Cristo mais a intercessão dos santos, não é pela fé em Cristo mais justiça própria, não é pela fé em Cristo mais a morte. Há uma forte tendência na humanidade crente, supor que a morte justifica. Quando alguém morre todos são unânimes em afirmar: “Foi para uma vida melhor” ou “Foi com Deus”, etc. Contudo, a morte não justifica e ninguém fica melhor ou pior depois que morre ou por causa da morte. O destino de cada um é decidido aqui, nesta vida, e a morte apenas sela esse destino. Com a morte física inicia-se uma nova era, que pode ser maravilhosa ou tenebrosa. Para o pecador redimido por Cristo será glória, mas para o não redimido será inferno.

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