A Confissão de Fé Escocesa - Capítulo 23
23º
CAPÍTULO
A
quem Interessam os Sacramentos
Reconhecemos
e sustentamos que o batismo se aplica tanto aos filhos dos fiéis
como aos fiéis adultos, dotados de discernimento, e assim condenamos
o erro dos Anabatistas, que negam o batismo às crianças até que
elas tenham compreensão e fé.1
Mas sustentamos que a Ceia do Senhor é somente para aqueles que
pertencem à família da fé e podem examinar-se e provar-se a si
mesmos, tanto em sua fé como no dever da fé para com o próximo. Os
que sem fé ou permanecendo em dissensão com os seus irmãos comem e
bebem naquela santa mesa comem indignamente.2
Esta a razão por que os pastores da nossa Igreja fazem exame público
e particular, tanto no conhecimento como na conduta e na vida,
daqueles que devem ser admitidos à Ceia do Senhor Jesus.
1.
Cl 2:11-12; Rm 4:11; Gn 17:10; Mt 28:19.
2.
1Co 11:28-29.
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Comentário:
A grande discussão sobre o sacramento do batismo começa com a falta
de compreensão sobre a Aliança de Deus com seu povo. Quem parte do
Novo Testamento, como os anabatistas, terá mais dificuldade de
compreender a Aliança, por esta começou com Abraão. De fato
podemos recuar até ao Éden e depois caminhar até chegar em Abraão.
Mas partamos da Aliança Abraâmica. Foi com Abraão que Deus firmou
a Aliança e instituiu a circuncisão como selo da mesma. A partir de
então a circuncisão passou a ser realizada em todas as crianças
aos oito dias de vida, isso é em todos os filhos de Abraão. Se
algum pagão professasse fé no Deus de Abraão então tal homem
seria circuncidado adulto. Por isso não se fala de “circuncisão
infantil”, porque, obviamente a circuncisão era feita como
mandamento, ao oitavo dia após o nascimento. Quando houve a
transição da Antiga para a Nova Aliança, todo derramamento de
sangue foi abolido. O único sangue derramado foi o de Cristo e este
é absolutamente suficiente. A circuncisão sangrenta foi substituída
pelo batismo com água. Falar de batismo infantil, é tão
redundante, quanto falar de circuncisão infantil. Tal expressão
soaria estranho a um crente fiel da Antiga Aliança. O Santo batismo
é hegemonicamente para as crianças e eventualmente para adultos.
Quando o Senhor Jesus enviou os discípulos entre os pagãos para
anunciar o evangelho, deu ordens para que todos quantos cressem
fossem batizados – “Portanto
ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do
filho e do Espírito Santo” (Mateus
28.19).
Com respeito a Ceia do Senhor, o apóstolo nos dá orientação para
que haja um exame antes de comermos do pão e bebermos do cálice.
Isso é suficiente para compreendermos que uma criança, que ainda
não tem idade para discernir entre a Santa Ceia e uma ceia comum,
não deve participar da mesa do Senhor.
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