A Confissão de Fé Escocesa - Capítulo 11
11º
CAPÍTULO
A
Ascensão
Não
duvidamos, de modo nenhum, que exatamente o mesmo corpo que nasceu da
Virgem, foi crucificado, morto e sepultado, e que ele ressurgiu e
subiu aos céus, para cumprimento de todas as coisas,1
onde em nosso nome e para a nossa consolação recebeu todo o poder
no céu e na terra,2
onde ele está sentado, à destra do Pai, tendo sido coroado no seu
reino, como o único advogado e mediador por nós;3
essa glória, honra e prerrogativa possuirá ele, só, entre os
irmãos, até que todos os seus inimigos sejam feitos escabelo dos
seus pés.4
Assim também cremos, sem dúvida alguma, que haverá um juízo
final, para cuja execução o mesmo Senhor Jesus há de vir
visivelmente, como foi visto subir.5
E cremos firmemente que virá então o tempo da recriação e
restauração de todas as coisas,6
de modo que aqueles que desde o princípio
sofreram violência e afronta por causa da justiça, entrarão na
posse da bendita imortalidade a eles prometida desde o princípio.7
Mas,
por outro lado, os obstinados, os desobedientes, os cruéis, os
perseguidores, os impuros, os idólatras e incrédulos de toda sorte
serão lançados no cárcere das trevas exteriores, onde o seu verme
não morrerá, nem seu fogo se apagará.8
A lembrança daquele dia e do juízo que nele será executado não é
apenas freio para coibir nossos apetites carnais, mas também uma
consolação tão grande e tão incomparável que nem a ameaça dos
príncipes deste mundo, nem o medo da morte temporal e do perigo
presente podem levar-nos a renunciar e abandonar aquela bendita
sociedade que nós, os membros, temos com o Cabeça e nosso único
Mediador, Jesus Cristo:9
a quem nós confessamos e reconhecemos ser o Messias prometido, o
único Cabeça da Igreja, nosso justo Legislador, nosso único Sumo
Sacerdote,
Advogado e Mediador,10
em cujas honras e funções, se homem ou anjo ousa intrometer-se, nós
os detestamos e repudiamos completamente como blasfemos de nosso
soberano e supremo Governador, Jesus Cristo.
1.
Mc 16:9; Mt 28:6; Lc 24:51; At 1:9.
2.
Mt 28:18.
3.
1Jo 2:1; 1Tm 2:5.
4.
Sl 110:1; Mt 22:44; Mc 12:36; Lc 20:42-43.
5.
At 1:8.
6.
At 3:19.
7.
Mt 25:34. 2Ts 1:4-8.
8.
Ap 21:27; Is 66:24; Mt 25:41; Mc 9:44, 46,48; Mt 22:13.
9.
2Pd 3:11; 2Co 5:9-11; Lc 21:27-28; Jo 14:1, etc.
10.
Is 7:14; Ef 1:22; Cl 1:18; Hb 9:11,15; 10:21; 1Jo 2:1; 1Tm 2:5.
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Comentário:
A ascensão
de Jesus Cristo foi
o último ato da redenção que foi visto pelos homens da terra. De
fato, depois da ascensão ninguém mais viu o Senhor aqui na terra.
Chegando ao céu, o Senhor Jesus Cristo de Nazaré, foi coroado e
entronizado ao lado de Deus Pai, de quem ele recebeu o reino. É
maravilhoso o fato de Jesus Cristo haver subido ao céu no mesmo
corpo que viveu aqui na terra. Como ele mesmo disse, um corpo físico
-“Vede
as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo: apalpai-me e vede;
pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho”
[Lucas
24.39].
Isso
nos dá certeza de que o céu é um lugar físico e real, muito mais
real do que o mundo em que vivemos, pois aqui tudo é passageiro.
Tendo
sido entronizado rei, recebeu também a autoridade para julgar. A
função de juiz está unida ao seu ofício de rei. Então, o Senhor
Jesus já está reinando e julgando a humanidade. E no dia marcado
desde a eternidade voltará a esta terra para o juízo final e
definitivo. Então
nossa crença é que Jesus Cristo de Nazaré e o Filho Eterno
tornaram-se uma única pessoa com duas naturezas distintas, uma
humana e outra divina. E dessa forma ele viveu aqui na terra, morreu,
foi sepultado, ressurgiu depois de três dias e três noites; nesse
mesmo corpo subiu ao céu e assentou-se junto com o Pai em seu trono,
de onde está reinando, seu reino “milenar”; e também da mesma
forma que foi ao céu, um dia voltará a este mundo para o julgamento
final da humanidade. Felizes
são aqueles que viram e compreenderam essa doutrina e vivem sua vida
neste mundo com um olho aqui e outro na eternidade, um olho na terra
e outro no céu.
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