"Segunda Confissão de Fé Helvética" 23. Das orações da Igreja, do cântico e das horas canônicas o e das horas canônicas (III)
Cântico. De igual forma, deve o cântico ser
usado com moderação no culto. O Cântico chamado Gregoriano encerra muitas
coisas tolas; daí com justa razão ser ele rejeitado por muitas de nossas
igrejas. Não se deve condenar as igrejas, que embora tendo bom sermão não têm
um bom cântico. Nem todas podem contar com a vantagem de ter boa música.
Sabemos pelo testemunho da antiguidade que se o hábito de cantar é muito velho
nas Igrejas Orientais, só tardiamente foi aceito no Ocidente.
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Horas
canônicas. A antiguidade nada conhecia
das horas canônicas, isto é, das orações preparadas para certas horas do dia,
cantadas ou recitadas pelos papistas, o que se comprova pelos seus breviários e
por outras fontes. Há nelas não poucos absurdos, dos quais nada direi mais; são
elas, com razão, omitidas pelas igrejas que colocaram em seu lugar coisas
benéficas para toda a Igreja de Deus.
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Nosso culto é um diálogo entre o
Noivo e a Noiva, Deus e Sua Congregação. Deus fala e a Congregação responde em
obediência, sujeição reverente, através de orações e louvores de salmos.
Contudo o tempo para ouvirmos Deus deve ser sempre maior do que o tempo da
nossa resposta. Quando Deus chamava a Sua Congregação ao Tabernáculo porque
tinha algo a dizer, o povo apenas ouvia e em seu coração assentia. A estrutura
do culto que encontramos em Atos dos Apóstolos é: “E perseveravam na doutrina dos
apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações...” - (2.42). Doutrina-Palavra de Deus,
comunhão-congregar, partir do pão-sacramentos, oração-orações públicas. Os
cânticos nem mesmo são aqui mencionados. Logo, embora os cânticos sejam
oportunos e tenham seu lugar, não devem tomar a maior parte do culto solene. Já
os instrumentos musicais são totalmente dispensáveis. Se houver algum
instrumento musical que de fato contribua e ajude a congregação a melhor louvar
ao Senhor solene e reverentemente, talvez seja apropriado, mas jamais os
instrumentos inanimados devem tomar o lugar das nossas vozes nos cânticos
congregacionais.
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