"Segunda Confissão de Fé Helvética" 23. Das orações da Igreja, do cântico e das horas canônicas o e das horas canônicas (II)

Oração livre. Ademais, deve a oração ser voluntária, sem constrangimento e não buscar recompensa. Não convém mesmo que se limite, supersticiosamente a oração a um lugar, como se não fosse permitido orar em qualquer lugar, exceto num templo. Nem é necessário que as orações públicas sejam as mesmas quanto à forma e ao tempo, em todas as igrejas. Que cada igreja use de liberdade neste sentido. Diz Sócrates, em sua história: “Em todas as regiões do mundo não encontrareis duas igrejas, que concordem inteiramente quanto à oração” (Hist. Ecclesiast – v. 22,57). Os autores de tais diferenças – é de supor-se – foram aqueles, que se encontravam à frente das igrejas em certas ocasiões. No entanto, se concordam, recomenda-se com insistência que o exemplo seja imitado por outras. 
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O método para as orações públicas. Como em todas as coisas, também nas orações públicas deve haver um padrão, a fim de que não se tornem longas demais e cansativas. A maior parte das reuniões de culto deve, portanto, destinar-se ao ensino evangélico, tomando-se o cuidado para que a congregação não se aborreça com as orações muito longas, de forma que ao chegar a hora de ouvir a pregação do Evangelho, os presentes, já exaustos, deixem a reunião ou queiram suprimi-la. Para tais pessoas o sermão parece muito longo, quando de outra forma, seria breve. Convém pois, que os pregadores saibam manter a medida. 
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Há muitas superstições com respeito à oração. Formas e regras governam as orações de muitos dentre o povo de Deus. A oração é muito simples, mas também séria e de grande responsabilidade. Como já vimos Deus decretou fazer muitas coisas mediante as orações de seus filhos. Há coisas que Deus nos dá quer oremos quer não, e há coisas que ele nos dá apenas mediante a oração. Há muitas coisas que Deus faz independente das orações do seu povo mas há coisas que ele só fará desde que seu povo ore. Tudo está dentro da Providência. As superstições começam quando querem fazer métodos ou técnicas humanas para se orar, quando se supõe que a oração feita em determinados lugares se torna mais eficaz do que a falada em outros lugares. Muitos supõem que muitas pessoas orando juntas há mais poder na oração, como se ela fosse uma energia liberada, e quanto maior a multidão maior o poder. Tiram o foco de Deus e põem-no na oração.  
Não apenas a oração, mas tudo quanto os filhos de Deus fazem, deve ser livre, espontâneo, voluntário. Nossas orações e tudo o mais que fazemos para adorar a Deus só tem valor se for de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de todas as nossas forças e todo o nosso entendimento (Marcos 12.30).
No culto solene a oração tem um lugar importante, pois nosso culto é pactual – o Noivo fala e a Noiva responde com orações e louvores. Contudo a oração na Assembleia não pode ser longa demais. A Noiva tem mais que ouvir do que falar.

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