"Segunda Confissão de Fé Helvética" 20. Do santo batismo (IV)

A forma do batismo. Cremos que a mais perfeita forma de batismo é aquela pela qual Cristo foi batizado e pela qual os apóstolos batizaram. Aquilo, portanto, que pelo expediente do homem foi acrescentado posteriormente, e usado na Igreja, não consideramos necessário à perfeição do batismo. Por exemplo, o exorcismo, o uso de velas acesas, óleo, sal, cuspo e outras coisas semelhantes como a ideia de que o batismo deve ser administrado duas vezes por ano com um grande número de cerimônias. Cremos que um só batismo da Igreja foi santificado na primeira instituição realizada por Deus, e que ele é consagrado pela Palavra, e é também eficaz ainda hoje, em virtude da primeira bênção de Deus. 
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O ministro do batismo. Ensinamos que o batismo não deve ser administrado na Igreja por mulheres ou por parteiras. São Paulo vetou à mulher os ofícios eclesiásticos. E o batismo pertence aos ofícios eclesiásticos. 
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Anabatistas. Condenamos os anabatistas, que negam que as criancinhas recém-nascidas dos fiéis devam ser batizadas. Mas, segundo o ensino evangélico, “dos tais é o Reino de Deus”, e as mesmas se encontram na aliança de Deus. Por que, então, não deve o sinal da aliança de Deus ser conferido a elas? Por que não devem aqueles que são propriedade de Deus e estão na sua Igreja ser iniciados pelo santo batismo? Condenamos os anabatistas em outras das suas doutrinas peculiares, que eles sustentam em oposição à Palavra de Deus. Não somos, portanto, anabatistas e nada temos em comum com eles.
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A forma do batismo foi instituída juntamente com o batismo; Aquele que instituiu o santo batismo, também indicou e deixou a forma como deve ser realizado. O Senhor Jesus Cristo instituiu e abençoou o selo que substituiu a antiga circuncisão, e o novo selo tem também o mesmo significado que o antigo. Expressa e comunica as promessas da Aliança à todos quantos forem chamados por Deus para pertencer à Sua Congregação. O elemento é único: água. E a forma também é única: “Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28.19). Como já havemos visto, o novo sinal da Aliança, agora sem o derramamento de sangue, deve ser colocado em todos os crentes e também em seus filhos, exatamente como era a circuncisão. Assim que os filhos dos crentes nascem devem receber a marca que identifica aqueles que creem e recebem as promessas da Aliança. Quanto aos ministros dos sacramentos, a Palavra é tão clara quanto poderia ser, vetando às mulheres esse ofício, como também o de governo, e ainda de ensino e pregação pública. Só não seguem essa prática os desobedientes e inovadores modernistas, que não honram a santa Palavra de Deus.

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