"Segunda Confissão de Fé Helvética" 17. Da Igreja de Deus, santa e católica, e do único Cabeça da Igreja (VIII)
A unidade
da Igreja não consiste em ritos externos. Além disso, diligentemente ensinamos que se deve tomar grande cuidado
naquilo em que consistem de modo especial a verdade e a unidade da Igreja, para
não provocarmos nem alimentarmos cismas na Igreja, irrefletidamente. A unidade
não consiste em cerimônias e ritos externos, mas antes na verdade e unidade da
fé católica. A fé católica não nos é transmitida pelas leis humanas, mas pelas
Santas Escrituras, das quais é um resumo o Credo Apostólico. E, assim, lemos
nos escritores antigos que havia grande diversidade de cerimônias, mas que eram
livres e ninguém jamais pensava que a unidade da Igreja era, desse modo,
dissolvida. Assim, ensinamos que a verdadeira harmonia da Igreja consiste em
doutrinas e na verdadeira e unânime pregação do Evangelho de Cristo, nos ritos
que foram expressamente transmitidos pelo Senhor. E aqui insistimos na palavra
do apóstolo: “Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se
porventura pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. Todavia,
andemos de acordo com o que já alcançamos” (Fp. 3.11 ss).
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Temos
o exemplo da Igreja nascente no livro de Atos dos apóstolos, capítulo dois. Ali
eles “perseveravam
na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” -
v.42. Essa deve ser a
plataforma da Igreja. A base é essa: a doutrina sobre Cristo que os apóstolos
ensinaram largamente em suas epístolas; a pregação fiel também ali ensinada; a
ministração dos sacramentos e a comunhão; a disciplina fiel; a escolha e
eleição dos oficiais; a cadeia de autoridade tanto na família quanto na igreja
local. Tudo isso ensinado claramente nas epístolas. Se todos buscassem
humildemente a direção do Espírito pela Palavra, não haveria motivos para
divisões na Igreja de Cristo, pois o que ele mais deseja é que seus discípulos
sejam um. Por muitos anos quando a Igreja deixou de ler a Palavra de Deus passando a ser
guiada por homens, ela foi cheia com muitos falsos ensinos e práticas errôneas.
A Grande Reforma foi um mover de Deus exatamente para limpar o seu templo, purificando-o
das imundícias. Se todos permanecessem nas doutrinas reformadas não haveriam
tantas divisões na Igreja hoje. É uma pena, mas o orgulho dos homens que desejam
saber mais do que os antigos doutores tem causado muito mal à causa de Cristo.
Que Deus esclareça a todos.
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