"Segunda Confissão de Fé Helvética" 15. Da verdadeira justificação dos fiéis (Parte III)

A justiça imputada. Cristo tomou sobre si mesmo e carregou os pecados do mundo, e satisfez a justiça divina. Portanto, é só por causa dos sofrimentos e ressurreição de Cristo que Deus é propício para com nossos pecados e não no-los imputa, mas imputa-nos como nossa a justiça de Cristo (2ª Cor 5.19 ss; Rom 4.25), de modo que agora não só estamos limpos e purificados de pecados ou somos santos, mas também, sendo-nos dada a justiça de Cristo, e sendo nós assim absolvidos do pecado, da morte ou da condenação, somos finalmente justos e herdeiros da vida eterna. Propriamente falando, portanto, só Deus justifica, e justifica somente por causa de Cristo, não nos imputando os pecados, mas a sua justiça. 
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Ninguém menos que o próprio Filho de Deus poderia satisfazer o padrão da justiça divina. Ele e apenas Ele poderia “expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna” - (Daniel 9.25). Nenhum humano jamais poderia fazê-lo, por mais justo, puro e santo que fosse. A justiça eterna tem a ver com o Filho eterno. Ele estava comprometido na Aliança eterna em um dia tornar-se carne e viver entre os homens e ser o Redentor dos eleitos. Quanto aos demais, são abandonados em seus pecados e às suas consequências. Todos os homens são culpados diante de Deus por causa da queda de Adão, o nosso cabeça federal, e pelos muitos pecados que cada um de nós acrescenta a cada dia que vivemos neste mundo. Mas o povo que Deus escolheu redimir através do sangue de Jesus Cristo recebe sobre si a justiça de Cristo. É uma troca - os nossos pecados com todas as suas consequências foram colocados a crédito de Jesus Cristo, e a Sua justiça e obediência foram creditadas a nós. Assim, Deus não nos atribui os danos dos nossos pecados antes imputa-nos a justiça de Seu amado Filho, tornando-nos aptos para a vida eterna. Por isso se diz justiça imputada, atribuída, porque nenhum homem jamais teria justiça própria suficiente para satisfazer a exigência de Deus. Sendo assim, se alguém tiver que ser salvo, deverá receber sobre si o manto remidor do Senhor Jesus Cristo.    

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