"Segunda Confissão de Fé Helvética" 14. Do arrependimento e da conversão do homem (Parte II)
Confissão
e absolvição sacerdotais. Cremos
que é suficiente esta sincera confissão feita só a Deus, ou particularmente
entre Deus e o pecador, ou publicamente na Igreja quando se faz a confissão
geral de pecados, e que para se obter perdão de pecados não é necessário
ninguém confessar seus pecados a um sacerdote, sussurrando-lhe aos ouvidos,
para dele ouvir em troca a absolvição, com a imposição das mãos, porque não
existe nenhum mandamento nem exemplo disso Santas Escrituras. David testifica e
diz: “Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse:
Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do
meu pecado” (Sal 32.5). E o Senhor, ao ensinar-nos a orar e ao mesmo tempo a
confessar nossos pecados, disse: “Pai nosso que estás nos céus... perdoa-nos as
nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mat 6.9 e
12). Portanto, é necessário que confessemos nossos pecados a Deus, nosso Pai, e
nos reconciliemos com nosso próximo, se o ofendemos. Quanto a esse tipo de
confissão, o apóstolo São Tiago diz: “Confessai, pois, os vossos pecados uns
aos outros” (Tg 5.16). Se, contudo, alguém se acha acabrunhado pelo peso de
seus pecados e por tentações que o põem perplexo, e procurar conselho, instrução
e conforto individualmente, ou de um ministro da Igreja, ou de um outro irmão
instruído na Lei de Deus, não desaprovamos. Por outro lado, aprovamos
plenamente a confissão de pecados geral e pública, que usualmente se realiza na
Igreja e em reuniões de culto, como notamos acima, tanto mais que isso está de
acordo com a Escritura.
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A primeira coisa a se dizer é que a confissão de pecados é uma
coisa boa, correta e bíblica. É ensino do Senhor que devemos confessar nossos
pecados tanto a Deus quanto aos homens a quem ofendemos, quando ofendemos, sempre
que o fizermos. De fato é uma prática deveras salutar para a nossa vida
espiritual. A falta desse exercício tem deixado muitos engessados em sua vida
espiritual, criado muitos problemas na vida conjugal, familiar, etc. A questão toda
está em seguir o ensino bíblico, o que muitos não têm feito, em vez disso
seguem uma tradição sem base bíblica que é a de se confessar, necessariamente,
à um sacerdote todos os pecados, para receber desse o perdão. O que as Escrituras
ensinam? Primeiramente temos o ensino de pedirmos diretamente a Deus perdão
pelos nossos pecados. Isso devemos fazer diariamente, porque cometemos muitos
pecados todos os dias. Em segundo lugar devemos pedir perdão ao nosso próximo
quando o ofendemos. Isso devemos fazer sempre que agimos com indelicadeza,
faltamos com respeito, ou qualquer outra coisa que nosso irmão tenha-se
entristecido ou se magoado. Finalmente devemos procurar por ajuda e aconselhamento
com outros irmãos mais experientes e maduros. Isto devemos fazer sempre que
estivermos lutando com algum pecado, tivermos alguma fraqueza, ou tivermos caído
em qualquer erro. O que devemos rejeitar é o ensino romanista que diz que, a
menos que um crente confesse fielmente seus pecados à um sacerdote, não pode
ter a salvação. Esse ensino que confere aos sacerdotes romanistas e
especialmente ao Papa o poder de absolver pecados, é falso e anti-bíblico.
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