"Segunda Confissão de Fé Helvética" 13. Do Evangelho de Jesus Cristo, das promessas, do espírito e da letra (Parte IV)
Do
espírito e da letra. Essa
mesma pregação do Evangelho é também chamada pelo apóstolo “o espírito” e “o
ministério do espírito”, porque pela fé ela se torna eficaz e viva nos ouvidos,
ou melhor, nos corações dos crentes iluminados pelo Espírito Santo (2ª Cor
3.6). A letra, que se opõe ao Espírito, significa tudo o que é externo, mas
especialmente a doutrina da Lei, que, sem o Espírito e a fé, produz ira e
excita o pecado nas mentes daqueles que não têm uma fé viva. Por isso o
apóstolo chama a isso «o ministério da morte». Aqui é pertinente a palavra do
apóstolo: “A letra mata, mas o Espírito vivifica”. Falsos apóstolos também
pregavam um Evangelho corrompido, misturando-lhe a Lei, como se sem a Lei
Cristo não pudesse salvar.
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As seitas.
Assim, afirmavam os ebionitas, descendentes espirituais do herege Ébion, e os
nazaritas, que anteriormente eram chamados mineus. A todos estes nós
condenamos, e pregamos ao mesmo tempo o puro Evangelho, ensinando que os
crentes são justificados só pelo Espírito, e não pela Lei. Uma exposição mais
detalhada deste assunto virá sob o título de “justificação”.
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Na verdade a Lei julga a
todos e a todos condena. Ela expõe o pecado e exige sua máxima punição. “Todos aqueles, pois, que são das obras da
lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não
permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”
- Gálatas 3.10. A própria pregação do Evangelho se não for acompanhada da
iluminação do Espírito Santo na mente do ouvinte irá operar morte, conforme o
próprio apóstolo disse: “E
graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós
manifesta em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque para Deus somos o bom perfume de
Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para
morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida. E para estas coisas quem é
idôneo? - 2ª Coríntios 2.14-16. Junto a isto, naturalmente entram os falsos mestres
pregando um legalismo junto à graça como meio de salvação. De modo que a Igreja
católica confessional sempre declarou crer na salvação pura e exclusivamente
pela graça de Cristo Jesus, independente da Lei, todavia não anulando a Lei
para a vida do crente. Por outro lado a fé histórica e bíblica é que o homem
não poderá ser salvo a menos que o Espírito Santo lhe ilumine o entendimento e
lhe aplique os benefícios da gloriosa redenção de Cristo.
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