"Segunda Confissão de Fé Helvética" 13. Do Evangelho de Jesus Cristo, das promessas, do espírito e da letra (Parte III)
Que é
propriamente o Evangelho? E,
embora nossos pais tivessem dessa maneira, nos escritos dos profetas, o
Evangelho, pelo qual alcançaram a salvação em Cristo pela fé, contudo, o que se
chama propriamente “Evangelho” são as notícias alegres e felizes pelas quais,
primeiro por João Baptista, depois por Cristo, o Senhor, e depois pelos
apóstolos e seus sucessores, se anunciou aos homens que Deus já realizou o que
ele prometera, desde o princípio do mundo, e nos mandou, ou melhor nos deu o
seu único Filho e nele a reconciliação com o Pai, a remissão dos pecados, toda
a plenitude e a vida eterna. Portanto, a história apresentada pelos quatro
evangelistas, explicando como isso foi realizado ou cumprido por Cristo, o que
Cristo ensinou e praticou, e que aqueles que creem nele têm toda a plenitude, é
exatamente o que se chama “Evangelho”. A Pregação e os escritos apostólicos,
nos quais os apóstolos nos expõem como o Filho nos foi dado pelo Pai, e nele
tudo o que diz respeito à vida e à salvação, são também o que se chama
corretamente “doutrina evangélica”, de modo que ainda hoje, se sinceramente
pregada, não perde o direito a tão preclara designação.
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Os antigos crentes,
filhos da aliança, foram salvos da mesma forma que nós somos hoje – isto é, recebendo
fé, arrependimento e também sendo regenerados pelo Espírito Santo. Tinham seus
pecados expiados com base nos sacrifícios que apontavam para Cristo. Receberam
o perdão de seus pecados e viveram piedosamente andando com Deus. Mas naturalmente
que o que temos hoje, isto é, depois de Cristo, é muito superior, como o
próprio escritor da epístola aos Hebreus mostra. A revelação de Deus foi
progressiva até chegar o Messias, então tudo quanto os nossos antigos irmãos possuíam
não se pode comparar com o que temos em nossa era. Não queremos dizer que eles não
possuíam as realidades espirituais, pois as possuíam, mas estavam sob o véu. Nem
mesmo os profetas podiam entender claramente todas as coisas que viam. Quando Cristo
veio o véu foi removido completamente e todas as realidades espirituais que
estavam veladas agora são reveladas. Por isso disse o apóstolo: “Mas, quando se converterem ao Senhor, então
o véu se tirará” - 2ª Coríntios 3.16. Nesse sentido, é que entendemos que eles
tiveram um ‘evangelho’ sim, mas ainda velado. Quando, porém, Cristo veio, aí
sim, as boas novas foram proclamadas desde os céus e ecoaram por toda a terra –
“E o anjo lhes
disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será
para todo o povo: Pois, na cidade de
Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor” - Lucas 2.10-11. Finalmente a promessa se cumpriu e Deus se fez
carne. Jesus Cristo é o evangelho. Não existem melhores notícias do que estas: Jesus
Cristo, o Filho Eterno, veio buscar e salvar o que estava perdido.
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