"Segunda Confissão de Fé Helvética" 11. De Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, único Salvador do mundo (Parte III)
Não dois, mas um só Cristo. Assim,
não adoramos dois, mas um Cristo, o Senhor, um verdadeiro Deus e verdadeiro
homem, segundo a natureza divina, consubstancial com o Pai, e segundo a
natureza humana, consubstancial com os homens e semelhante a nós em todas as
coisas, excepto no pecado (Heb 4.15).
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As seitas.
Certamente abominamos o dogma nestoriano, que de um Cristo faz dois e dissolve
a união da Pessoa. Semelhantemente, execramos totalmente a loucura de Eutiques
e dos monotelitas ou monofisitas, que destrói a propriedade da natureza humana.
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A natureza divina de Cristo não sofreu e a humana não está em toda a
parte. Portanto, de modo nenhum
ensinamos que a natureza divina em Cristo sofreu, ou que Cristo em sua natureza
humana ainda está neste mundo e ainda em toda parte. Pois nem pensamos nem
ensinamos que a realidade do corpo de Cristo cessou depois de sua glorificação,
ou que foi deificado e deificado de tal modo que ele tenha deposto as suas
propriedades com respeito ao corpo e à alma, e estes se tenham mudado
inteiramente em uma natureza divina e passado a ser uma substância una.
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As seitas. Por
isso, de maneira nenhuma aprovamos ou aceitamos as argúcias sem argúcia,
intrincadas e obscuras, de Schwenkfeldt e de semelhantes dizedores de
sutilezas, nem suas dissertações pouco consistentes sobre essa questão, nem
somos schwenkfeldianos.
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Nosso Senhor verdadeiramente sofreu. Cremos, além disso, que nosso Senhor Jesus Cristo verdadeiramente
sofreu e morreu por nós em carne, como diz São Pedro (1ª Ped 4.1). Abominamos a
impiíssima loucura dos jacobitas e de todos os turcos, que blasfemam do
sofrimento do Senhor. Ao mesmo tempo, não negamos que o Senhor da glória foi
crucificado por nós, segundo as palavras de São Paulo (1ª Co 2.8).
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Cristo Jesus,
duas naturezas distintas, uma só pessoa. Uma natureza humana e outra divina,
homem Deus. Suas naturezas não se misturam, seu lado humano é cem por cento
humano, e seu lado divino, cem por cento divino. Em seu lado humano tem a mesma
essência que nós (exceto que nunca provou o pecado), em seu lado divino tem a
mesma essência que Deus Pai. É maravilhoso. Em sua natureza humana está
limitado à um corpo físico, assentado ao lado do de Deus Pai. Quando esteve na
terra condicionou-se às limitações de um corpo físico como outro qualquer e só
podia estar em um lugar de cada vez. Contudo, em sua natureza divina nunca
esteve limitado, mas sempre esteve em todo lugar. Por outro lado em sua
natureza divina nunca sofreu nem morreu, nunca foi abandonado pelo Pai. O abandono
e separação que sentiu na cruz foi em sua natureza humana. Homem Deus é o nosso
Salvador, assim Ele foi exaltado e permanece assentado no lugar mais exaltado
do universo, à destra do Todo-poderoso. Assim Ele tornará a esse mundo para
julgá-lo.
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