Os Cânones de Dort - Capítulos 3 e 4 - Artigo 7


Artigo 7 – Por que o evangelho é enviado a uns e não a outros?: No Antigo Testamento Deus revelou este mistério da sua vontade apenas a poucas pessoas. No Novo testamento, entretanto, Ele retirou a distinção entre os povos e revelou o mistério a muito mais pessoas. Esta distribuição distinta do Evangelho não é causada pela maior dignidade de certo povo, nem pelo melhor uso da luz da natureza, mas pelo soberano bom propósito e amor imerecido de Deus. Portanto aqueles que recebem tão grande graça, além e ao contrário de tudo que merecem, devem reconhecer isto com coração humilde e agradecido. Devem ainda, com o apóstolo adorar a severidade e justiça dos julgamentos de Deus sobre aqueles que não recebem esta graça. Estes julgamentos de Deus, eles não devem, de maneira nenhuma, investigá-los curiosamente.

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Comentário: Que Deus escolheu salvar um povo entre toda a humanidade está muito claro em toda a Bíblia. Isso disse o Espírito Santo pela boca do apóstolo: “Simão relatou como, primeiramente, Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome” – Atos 15.14. Podemos ver isto deste Gênesis até o Apocalipse, contudo, o motivo pelo qual Ele o fez é totalmente desconhecido a nós e pertence unicamente ao Seu sábio conselho - As coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus...” - Deuteronômio 29.29. Há lugares em que nunca se ouviu a pregação do evangelho e lugares em que houve no passado e hoje não há mais. Onde o evangelho é pregado os céus estão abertos e a graça está sendo oferecida. Mas é Deus quem envia seus mensageiros com a mensagem - “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?” - Romanos 10.13-15. No Antigo Testamento a revelação de Deus esteve restrita aos patriarcas e depois aos filhos de Abraão, os israelitas. Ao redor tudo era trevas. Isto não significa que gentios não foram chamados também, certamente o foram e muitos deles. Ainda assim vemos ali uma contenção da revelação de Deus aos homens. No Novo Testamento, com a vinda do Messias, os muros que represavam a revelação e a graça de Deus em uma nação, foram rompidos e essa graça fluiu qual rio caudaloso em direção a todas as nações da terra, cumprindo a promessa anteriormente feita a Abraão - E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra… Visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?” - Gênesis 12.3; 18.18. Deus assim quis fazê-lo e assim Ele fez - Mas o nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou” - Salmo 115.3. O fato é que nenhum salvo merece sê-lo, nenhum habitante do céu merece estar lá e todo prisioneiro do inferno estará ali eternamente por sua própria culpa, merecidamente. Além disso, que nos foi revelado nas Escrituras, não devemos investigar os mistérios de Deus, porque aquilo que nos interessa Ele no-lo revelou e nas coisas reveladas temos motivos mais que de sobra para adorá-lo por Sua bondade, misericórdia e sabedoria.

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