Os Cânones de Dort - Capítulo 2 - Artigo 1 A morte de Cristo e a Redenção do Homem por meio dela
Comentário: Parece que a justiça e a misericórdia são irreconciliáveis. Como pode Deus ser justo e justificador a um só tempo? Como um justo juiz pode justificar um réu que deveria ser condenado? O próprio Deus diz: “porque não justificarei o ímpio”; Ele também garantiu “… que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração” - Êxodo 23.7; 34.7. Contudo, o apóstolo Paulo nos ensinou que Deus justifica o ímpio, quando disse: “Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” - Romanos 3.26; e, “Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” - Romanos 4.5. Até parece uma contradição, mas há uma explicação. A única maneira de Deus ser justo e também justificador seria cobrando de Outro a nossa dívida. Para que Ele pudesse nos justificar, Alguém deveria sofrer a nossa penalidade. Esse Outro foi Jesus - “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados Isaías” - 53.4-5. Ele recebeu sobre si a punição que a nós estava imposta pela justiça de Deus. Por isso se diz que aquele que foi justificado por Deus jamais será condenado, porque isso seria cobrar duas vezes a mesma dívida. Contudo, aquele que não foi justificado, esse, indubitavelmente será cobrado pela justiça divina.
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