O Catecismo de Heidelberg - Dia do Senhor 51



126. QUAL É A QUINTA PETIÇÃO?
RESPOSTA: "E PERDOA-NOS AS NOSSAS DÍVIDAS, ASSIM COMO NÓS TEMOS PERDOADO AOS NOSSOS DEVEDORES". QUER DIZER: POR CAUSA DO SANGUE DE CRISTO, NÃO COBRES DE NÓS, MISERÁVEIS PECADORES QUE SOMOS, NOSSAS TRANSGRESSÕES NEM O MAL QUE AINDA HÁ EM NÓS, ASSIM COMO TUA GRAÇA EM NÓS FEZ COM QUE TENHAMOS O FIRME PROPÓSITO DE PERDOAR NOSSO PRÓXIMO, DE TODO O CORAÇÃO.
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Comentário: Naturalmente que aqui não está posta uma condição para sermos perdoados, porque só perdoa de fato quem já foi perdoado por Deus. Quem não recebeu o perdão de Deus não sabe sequer o que significa perdoar. Além do que, se Deus esperasse o pecador perdoar seus ofensores para somente então lhe dar o Seu perdão salvador, isto caracterizaria uma salvação por obras. Ninguém pode dar nada se primeiro não receber de Deus. Contudo, é um fato que as duas coisas caminham juntas: recebemos o perdão e perdoamos. Se não sabemos perdoar é porque não fomos perdoados ou não entendemos o perdão de Deus. Jesus contou uma parábola onde um rei perdoou seu servo, mas este não soube perdoar seu conservo e foi punido severamente. Mesmo depois de haver sido perdoado ele recusou-se a perdoar seu próximo – “Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos; E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas” (Mateus 18.23-35). Como cristãos que somos devemos ter consciência da imensa dívida que Jesus nos perdoou, a qual se nos fosse cobrada, nos faria permanecer no inferno eternamente sem poder jamais saldá-la. Assim sendo, devemos perdoar sempre a todos os que nos ofenderem, de todo o coração. Esta é uma evidência de que também fomos perdoados por Deus.

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