O Catecismo de Heidelberg - Dia do Senhor 16
40. Por que Cristo devia sofrer a morte?
Porque a justiça e a verdade de Deus
exigiam a morte do Filho de Deus; não havia e nem há outro meio de pagar nossos
pecados.
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A santa e reta justiça de
Deus exige que o pecado seja expiado com a morte - A alma que pecar, essa morrerá... Porque o salário do pecado
é a morte - Ezequiel
18.4, 20; Romanos 6.23. Porque o homem desobedeceu a Deus deveria morrer. Se
não ele, alguém deveria sofrer tal pena em seu lugar. Deus escolheu o Seu
Cordeiro, e O sacrificou no lugar do homem pecador. Só por
isso Deus pode perdoar os pecados daqueles que humildemente se chegam a Ele
reconhecendo sua culpa. Esses recebem a justiça conquistada pela morte de Jesus
Cristo; assim não precisam mais morrer eternamente. Aqueles que supõem que para
Deus é muito fácil perdoar pecados estão enganados, porque não há nada mais
difícil para Ele fazer do que isso. Se fosse fácil para Ele perdoar, não teria
visto seu Filho sendo esmagado e moído na cruz em nosso lugar. Esse foi o preço
para que pudesse perdoar aqueles que vêm a Ele rogando seu perdão. Também para
Jesus não foi nada fácil. A conta não ficou mais suave para Ele do que seria
para nós. Não, Ele pagou total e exatamente o que deveríamos pagar.
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41. Por que Ele foi
"sepultado"?
Para dar testemunho de que estava
realmente morto.
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Todos os atos da redenção
foram testemunhados por muitas pessoas. Nada aconteceu em algum lugar que não
pudesse ser largamente comprovado. O nascimento de Jesus, sua vida, seus
milagres, sua morte, sua ressurreição e ascensão, tudo foi visto, conferido e
comprovado por muitas testemunhas oculares. E quando Jesus enviou os discípulos
a pregar, disse-lhes que começassem ali mesmo em Jerusalém, no mesmo cenário em
que tudo havia acontecido. E eles começaram a pregar que Jesus Cristo havia
ressuscitado. Os inimigos não poderem negar ou desmentir a mensagem dos
discípulos é prova contundente da veracidade dos fatos.
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42. Se Cristo morreu por nós, por que
devemos nós morrer também?
Nossa morte não é para pagar nossos
pecados, mas somente significa que morremos para o pecado e que passamos para a
vida eterna.
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Nossa morte é apenas física.
Aprouve a Deus realizar em nós a redenção em duas etapas uma no nosso espírito,
que se dá quando cremos em Cristo e o recebemos pela fé; outra se dará quando
recebermos o nosso corpo glorificado, no último dia ou dia do juízo final. O
crente aqui na terra é um espírito redimido que habita um corpo caído. Um dia
esse corpo morrerá e o espírito irá para o Senhor, onde aguardará o novo corpo,
no qual viverá eternamente com o Senhor e todos os santos. Nosso espírito já
está livre do pecado para sempre, mas nosso corpo ainda sofre as consequências
da queda. Um dia nosso corpo envelhece, adoece e morre. Então nosso espírito
está livre da presença do pecado para sempre. Um dia os dois, espírito e corpo
se unirão novamente para sempre. A realidade do não crente é diferente. Ele é
um espírito não redimido vivendo num corpo também caído. Até aqui a diferença
entre o não crente e o crente é só no espírito, por fora nada se vê. Mas quando
o não crente vai para a sepultura, começa a grande diferença. Seu espírito não
redimido será amalgamado ao pecado para sempre no inferno. Um dia Ele também
terá seu corpo de volta, mas apenas para receber a condenação e a punição
eterna.
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43. Que importância tem, para nós, o
sacrifício e a morte de Cristo na cruz?
Pelo poder de Cristo, nosso velho homem
é crucificado, morto e sepultado com Ele, para que os maus desejos da carne não
mais nos dominem, mas que nos ofereçamos a Ele, como sacrifício de gratidão.
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A escritura afirma que
fomos substituídos e incluídos na morte de Cristo na cruz. Quando Ele morreu,
não apenas tomou o nosso lugar como substituto, senão que também nos fez morrer
juntamente com Ele. Por isso diz: Sabendo
isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do
pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado - Romanos 6.6. Fomos unidos a Cristo de forma
que tudo o que aconteceu com Ele também se deu a nós que cremos.
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44. Por que se acrescenta: "desceu
ao inferno"?
Porque meu Senhor Jesus Cristo sofreu,
principalmente na cruz inexprimíveis angústias, dores e terrores. Por isso, até
nas minhas mais duras tentações, tenho a certeza de que Ele me libertou da
angústia e do tormento do inferno.
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As agruras que o Senhor Jesus sentiu não podem ser
mensuradas, pois foram infinitamente mais do que qualquer mortal poderia
suportar. Ele disse aos discípulos: A
minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo - Mateus 26.38. Os salmos
proféticos se cumpriam: Tristezas do inferno me cingiram, laços de morte
me surpreenderam... Os cordéis da morte me cercaram, e angústias do inferno se
apoderaram de mim; encontrei aperto e tristeza - Salmo
18.5; 116.3. O maior sofrimento do inferno é a total e
completa ausência da graça de Deus. O Senhor Jesus experimentou isso na cruz. Nunca
precisaremos experimentar o que isto significa. Neste mundo caído, por mais que
alguém sofra, ainda há a presença da graça comum de Deus que permeia toda a
criação. Mas no inferno não há qualquer graça ou misericórdia, mas apenas juízo,
ira e punição. Mas os que nele confiam não precisam mais temer o inferno, Ele
já sofreu em nosso lugar e a Justiça Eterna jamais punirá o mesmo pecado duas
vezes.
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