Confissão Belga - Artigo 33 - Os Sacramentos

Cremos que nosso bom Deus, atento à nossa ignorância e fraqueza, instituiu os sacramentos, a fim de nos selar suas promessas e nos conceder penhores de sua benevolência e graça para conosco e, também, alimentar e sustentar nossa fé. Ele acrescentou os sacramentos à palavra do Evangelho para melhor apresentar aos nossos sentidos tanto o que Ele nos declara por sua Palavra, como o que Ele opera em nossos corações.

Assim, Ele confirma a salvação de que nos fez participar. Pois os sacramentos são visíveis sinais e selos de uma realidade interna e invisível. Através deles, Deus opera em nós, pelo poder do Espírito Santo. Por isso, os sinais não são vãos nem vazios para nos enganar, porque Jesus Cristo é a verdade deles e, sem Ele, nada seriam.

Além disto, nos contentamos com o número dos sacramentos que Cristo, nosso Mestre, instituiu e que não são mais de dois: o sacramento do batismo e o da santa ceia de Jesus Cristo.

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Comentário: Que são os sacramentos? São os selos ou sinais visíveis que Deus deu à sua Igreja para melhor compreender a obra da redenção. Mais também são como que penhores da nossa salvação, eles asseguram e garantem que a obra da redenção será completada em nós e que nós seremos conservados da corrupção deste e mundo e permaneceremos firmes até o último dia. Eles são: Batismo e Ceia. O santo batismo é, bem como a antiga circuncisão era, a purificação dos pecados; a santa ceia, bem como o antigo sacrifício da páscoa, significa o alimento espiritual para a nossa alma. Os sacramentos estão unidos - Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da páscoa: nenhum filho do estrangeiro comerá dela. Porém todo o servo comprado por dinheiro, depois que o houveres circuncidado, então comerá dela… Porém se algum estrangeiro se hospedar contigo e quiser celebrar a páscoa ao Senhor, seja-lhe circuncidado todo o homem, e então chegará a celebrá-la, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela - Êxodo 12.43, 44, 48, só participavam da páscoa aqueles que eram circuncidados; só participamos da santa ceia porque recebemos o santo batismo. Assim todas as vezes que participamos da ceia lembramos nossa aliança com o Senhor, pois também fomos selados com o batismo e fazemos parte do povo do Pacto, e assim somos fortalecidos na fé. O santo batismo, tal qual a circuncisão é administrado uma única vez, enquanto que a ceia tal qual a antiga páscoa, muitas vezes durante a nossa vida. Os sacramentos apontam para o sacrifício de Cristo na cruz para nos dar o perdão, a purificação e a vida eterna. Eles têm o seu valor porque foram instituídos por Deus. Seu valor não depende do ministro que os realiza; também o valor do sacramento não depende da dignidade ou do pleno entendimento de quem os recebe; nem está nos elementos usados, ou na forma que são feitos. Se o batismo é realizado com muita água ou pouca, se a água é salgada ou doce, quente ou fria, se a forma é imersão, efusão ou aspersão, nada disso é importante. Também se a ceia é realizada com mais ou menos pão, mais ou menos vinho, se é vinho ou suco de uva, pão sem fermento, nenhumas dessas coisas alteram o valor do sacramento, pois seu valor está na instituição divina, na Palavra de Deus, na agência pessoal do Santo Espírito de Deus que opera através do sacramento. O santo batismo, cada membro da Aliança deve recebê-lo uma única vez e não deve ser repetido. Os sacramentos, como vimos, foram instituídos já na Antiga Aliança. Apenas a forma e os elementos usados mudaram. Antigamente a forma era mais grosseira e carnal, na era cristã são mais espirituais e sem derramamento de sangue. Os únicos elementos materiais que Deus nos deixou na nossa era foram: a água que é usada no santo batismo, e o pão junto com o vinho, usados na santa ceia.

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