Confissão Belga - Artigo 25 - Cristo, o Cumprimento da Lei

Cremos que as cerimônias e figuras da lei terminaram com a vinda de Cristo e que, assim, todas as sombras chegaram ao fim. Por isso, os cristãos não devem mais usá-las. Contudo, para nós, sua verdade e substância permanecem em Cristo Jesus, em quem têm seu cumprimento.

Entretanto, ainda usamos os testemunhos da Lei e dos Profetas para confirmarmo-nos no Evangelho e, também, para regularmos nossa vida em toda honestidade, para a glória de Deus, conforme sua vontade.

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Comentário: A antiga era judaica foi um período de tipos ou figuras que apontavam para Cristo. O tabernáculo, o templo, os sacrifícios, os sacerdotes, os shabbats, as festas religiosas, eram todos, sombras de uma realidade que viria – Cristo – Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo – Colossenses 2.16-17. Tendo vindo o Messias, encerrou aquela era dando início a uma nova era, a do novo Israel, a Igreja, que incluiu também os gentios na aliança abraâmica. O primeiro sinal de que a era do templo físico havia acabado foi o véu do Santíssimo rasgado, quando Jesus morreu na cruz – E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo – Mateus 27.51. A glória de Deus não habitaria mais ali, naquele santuário. As últimas palavras do Senhor Jesus na cruz foram: Está consumado – João 19.30, significando que tudo estava cumprido, a redenção estava completada, e também todos os cerimoniais da Lei, cuja substância agora está em Cristo, pois ele é o corpo que projetava aquelas sombras. A partir daquele momento todo sacrifício, ofertas e rituais instituídos pela Lei, não faziam mais nenhum sentido, porque Jesus é o corpo que aquelas coisas anunciavam chegaria. Ele também cumpriu, isto é, obedeceu a Lei moral, para nos resgatar da maldição da Lei – Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós – Gálatas 3.13. O segundo sinal do fim da era das sombras foi a destruição definitiva do templo, 37 anos após a morte de Jesus Cristo. O plano da redenção é ascendente. Ele veio se desenvolvendo desde o Éden, passou pelos patriarcas, pela era judaica e chegou à era da Igreja. Judaizantes, ainda hoje, apegam-se à coisas que eram parte do culto exterior da Antiga Aliança. Celebram festas judaicas, usam símbolos e a bandeira de Israel, referem-se aos músicos como levitas, entre outras coisas. Supõem também que algum dia no futuro o templo judaico será reconstruído em Jerusalém, com os sacerdotes e sacrifícios. Tudo como na era passada. Afirmam ainda que Jesus Cristo um dia assentar-se-á no trono físico de Davi, em Jerusalém. Contudo, a construção de um novo templo judaico e a retomada dos sacrifícios, seriam um retrocesso no plano da redenção, obviamente inconcebível. Ainda que algum templo judaico venha a ser reconstruído no futuro ele nada terá mais com o plano da redenção o qual é crescente e ascendente em revelação. Conquanto os cerimoniais da Lei fossem totalmente abolidos, porque eram apenas uma sombra da realidade que é Cristo, todavia a Lei moral permanece em plena vigência e deve continuar sendo ensinada, pois, a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados – Gálatas 3.24. Além disso, a Lei moral é o gabarito de Deus. Ela funciona como um esquadro que esquadrinha e revela nossa assimetria moral e espiritual. Então buscamos a ajuda do Espírito Santo para obedecer e sermos fiéis. O povo de Deus não é salvo pela obediência da Lei moral. Somos salvos exclusivamente pela graça e, a obediência de Cristo foi-nos atribuída. E sendo salvos buscamos obedecer todos os mandamentos de Deus, como prova do nosso amor e gratidão – Se me amais, guardai os meus mandamentos... Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama... Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor - João 14.15, 21; 15.10.

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