A oração – para a glória de Deus (5)


“Pai, glorifica o teu nome” – João 12.28.

A oração não é algo nosso próprio, para fazermos com ela o que bem entendemos. Ela é um precioso dom de Deus aos seus filhos, e por isso deve ser usada apenas com propósitos que glorifiquem a Deus. Não é uma arma para ser usada contra qualquer inimigo ou obstáculo que se ponha em nosso caminho; não é uma técnica utilizada para obter benefícios de Deus; não é uma lei de causa e efeito; não é uma moeda de troca. Não, tudo isso está muito longe da verdadeira oração. Isso é desequilíbrio e ignorância sobre o verdadeiro caráter da oração. A oração, que não visa à glória de Deus, mas apenas suas benesses, é uma oração egocêntrica, covarde, enfadonha e blasfema. Egocêntrica porque tem caráter mercantilista - quer negociar com Deus; covarde porque mostra medo do sofrimento, da perda, da dor, muito mais do que medo de pecar; enfadonha para Deus porque são ladainhas repetitivas e lamuriosas; blasfemas porque não raro querem entrar na área da soberania e providência de Deus. Horas antes da sua crucificação, o Senhor Jesus disse que sua alma estava agoniada. Ele previa seu confronto final com a mais alta coorte dos judeus que o levaria à morte, a traição de um dos seus discípulos e o abandono de todos os demais, e também o sofrimento e torturas que lhe seriam infligidas. Previa ainda o momento que haveria de suportar toda a ira de Deus por causa dos pecados dos eleitos. Naquele momento disse: Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora. Então fez uma sublime e magnânima oração, e disse: “Pai, glorifica o teu nome”. Seu grande desejo era que o Pai fosse glorificado. Toda vez que orarmos devemos ter em vista a glória de Deus. As vezes uma cura trará glória para Deus, e as vezes Deus será mais glorificado na doença. Paulo teve um espinho na carne e pediu a Deus que o libertasse, mas isso lhe foi negado, porque Deus seria mais glorificado assim - Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta - 2ª Coríntios 12.8-9. As vezes um livramento da morte trará glória para Deus, mas outras vezes será com a morte que o glorificaremos - E disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus - João 21.19. Orar é nos alinhar com a vontade soberana de Deus e rogar a Ele que exalte a sua glória e cumpra os seus eternos propósitos, no mundo, na igreja, em nossa família e em nossa vida.  

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